Modernismo
Liberdade de criação, inovação e
ruptura drástica com o cânone literário europeu. Todas essas características
estão reunidas em um dos períodos de maior efervescência cultural da história
da arte brasileira: o Modernismo. Os
modernistas fizeram uma verdadeira revolução em nossa literatura e artes
plásticas, reinventaram a linguagem e conquistaram a tão sonhada autonomia
estética: depois de 1922, o jeito de escrever dos escritores brasileiros mudou
para sempre.
A arte moderna foi
influenciada pelas vanguardas europeias, grupos ou correntes que apresentaram
propostas e práticas inovadoras. O Cubismo, o Futurismo, o Expressionismo, o
Surrealismo e o Dadaísmo tinham como objetivo romper com a tradição clássica,
valorizando assim a liberdade criadora que possibilitava uma expressão
subjetiva e ilógica nas artes plásticas e também na literatura. Atentos ao que
acontecia no continente europeu, diversos artistas brasileiros reuniram-se para
o debate em torno de questões estéticas, questões essas que gradualmente
ganharam caráter ideológico, prenunciando a literatura de fundo político que
seria produzida na década de 1930.
Características do Modernismo
- · Libertação estética;
- · Ruptura com o tradicionalismo;
- · Experimentações artísticas;
- · Liberdade formal (versos livres, abandono das formas fixas, ausência de pontuação);
- · Linguagem com humor;
- · Valorização do cotidiano.
Semana de Arte Moderna
A Semana de Arte Moderna,
evento realizado no Teatro Municipal de São Paulo em 1922, representou um
divisor de águas na cultura brasileira. A Semana ganhou enorme importância
porque foi o ponto culminante das ideias modernistas que já se manifestavam
desde 1911 no Brasil. Essas ideias, inovadoras e radicais, começaram a minar as
bases sólidas da cultura acadêmica nacional, que a partir daquele momento
perderia espaço diante da irreverência e do desejo de liberdade que uniam os
participantes do movimento. Entre seus principais representantes, artistas
plásticos, músicos e escritores, podemos citar Anita Malfatti, Di Cavalcanti,
Brecheret, Tarsila do Amaral, Villa-Lobos e, claro, Oswald de Andrade, Mário de
Andrade, Manuel Bandeira, Guilherme de Almeida, entre outros.
Tradicionalmente, a literatura modernista é dividida em três fases. São
elas:
Primeira fase (ou primeira
geração modernista)
A fase heroica, como também ficou
conhecida, é representada, principalmente, pela tríade modernista, isto é, os
escritores Manuel Bandeira, Mário e Oswald de Andrade. O trio deu continuidade
aos postulados de 1922, apresentando uma estética transgressora, testando os
limites da forma e do conteúdo e combatendo as escolas tradicionais de nossa
literatura;
Segunda fase (geração de
1930)
Os escritores da literatura
modernista nos anos 1930 deram continuidade às conquistas da primeira fase,
contudo, diante de um contexto histórico beligerante, era preciso voltar as
atenções para a realidade e utilizar a literatura como instrumento de denúncia
e análise social, tanto na prosa quanto na poesia. Entre os principais
representantes dessa fase estão os escritores Graciliano Ramos, Rachel de
Queiroz, Carlos Drummond de Andrade, Cecília Meireles, Vinícius de Moraes,
entre outros;
Terceira fase (geração de 1945)
A pesquisa estética e a renovação
das formas de expressão literária, tanto na poesia quanto na prosa, foram as
principais características da geração de 1945. Caminhando em direção à
experimentação, os autores da terceira fase do Modernismo vislumbraram outras
possibilidades temáticas, deixando em segundo plano as preocupações políticas,
ideológicas e culturais que marcaram a geração de 1930. Seus principais
representantes foram Clarice Lispector, Guimarães
Rosa, João Cabral de Melo Neto, Ariano Suassuna,
Mario Quintana, entre outros.
Autores e Obras do Modernismo
Primeira
Fase (1922 a 1930)
Mário de Andrade (1893-1945)
Mário Raul de Morais Andrade foi um escritor brasileiro que exerceu importante papel
na consolidação do movimento Modernista no Brasil.
Nasceu em São Paulo, Capital no dia 9
de outubro de 1893. Concluiu o ginásio e entrou para a Escola de Comércio Alves
Penteado, ironicamente abandonando o curso após um desentendimento com o
professor de Português. Em 1911 ingressou no Conservatório de Música de São
Paulo, formando-se em piano.
No ano de 1917 seu pai faleceu, então
passou a ministrar aulas de piano para seu sustento. Com isso, passou a ter
maior convivência com os artistas da época, tornando-se grande amigo de Anita Malfatti e Oswald de Andrade.
Na sequência, com o pseudônimo de Mário Sobral, publicou seu
primeiro livro "Há Uma Gota de Sangue em Cada Poema",
tecendo críticas às mortes causadas pela Primeira Guerra Mundial.
Mário de Andrade faleceu vítima
de ataque cardíaco no
dia 25 de fevereiro de 1945, na cidade de São Paulo.
"Macunaíma" é considerado
seu livro mais impactante, recebendo aclamada adaptação para o cinema.
Algumas obras:
- Há uma Gota de Sangue em Cada Poema, 1917
- Pauliceia Desvairada, 1922
- A Escrava que não é Isaura, 1925
- Losango Cáqui, 1926
- Primeiro Andar, 1926
- Clã do Jabuti, 1927
- Amar, Verbo Intransitivo, 1927
- Macunaíma, 1928
Oswald de Andrade (1890-1954)
José Oswald de Sousa Andrade foi escritor e
dramaturgo brasileiro. Uma das personalidades mais polêmicas do Modernismo.
Juntamente com a pintora Anita Malfatti, o escritor Mário de Andrade e outros
intelectuais, organizou a Semana de Arte Moderna de 1922.
Nascido em São Paulo, no dia 11 de janeiro de 1890.
Filho único, estudante de Ciências e Letras no Ginásio de São Bento, onde ouviu
de um professor a profecia de que seria escritor. Após o fato, passou a se
interessar por livros e começou a escrever.
Em 1944 faz outro casamento, agora com
Maria Antonieta D'Aikmin, com quem teve duas filhas e permaneceu até o fim de
sua vida. Faleceu em São Paulo, no dia 22 de outubro de 1954.
Conhecido por seu ar irônico e
gozador, foi militante político e idealizador dos principais manifestos
modernistas.
Algumas obras:
- Os Condenados, 1922
- Memórias Sentimentais de João Miramar, 1924
- Manifesto Pau-Brasil, 1925
- Pau-Brasil, 1925
- Estrela de Absinto, 1927
- Primeiro Caderno de Poesia do Aluno Oswald de Andrade, 1927
- Manifesto Antropofágico, 1928
Manuel Bandeira (1890-1954)
Manuel Bandeira foi um poeta brasileiro. Também atuou como professor de literatura, crítico de artee crítico literário.
"Vou-me Embora pra Pasárgada" é um dos seus poemas mais conhecidos.
Manuel Carneiro de Souza Bandeira Filho nasceu em 19 de abril de 1886 em Recife, Pernambuco. Filho de uma abastada família de proprietários rurais, advogados e políticos; em 1890 viajou para o Rio de Janeiro e ingressou no Colégio Pedro II.
Em 1940 foi eleito para Academia Brasileira de Letras, ocupando a cadeira de número 24. Em 1943 foi nomeado professor de Literatura Hispano-Americana da Faculdade Nacional de Filosofia. Em 1957 passou quatro meses viajando pela Europa e em 1966, ao completar oitenta anos, publicou “Estrela da Vida Inteira”.
Grande parte da temática de suas obras aborda a infância, a paixão pela vida, a morte, o amor e o erotismo, a solidão e o cotidiano.
Manuel Bandeira faleceu no Rio de Janeiro, no dia 13 de outubro de 1968.
Algumas obras:
- A Cinza das Horas, 1917
- Carnaval, 1919
- Os Sapos, 1922
- O Ritmo Dissoluto, 1924
- Libertinagem, 1930
- Estrela da Manhã, 1936
- Crônicas da Província do Brasil, 1937
Menotti Del Picchia (1892-1988)
Foi um poeta, romancista, ensaísta, cronista, jornalista, advogado, tabelião e político brasileiro. Foi ativista do Modernismo, mas sua obra mais marcante é o poema “Juca Mulato”, em que a temática é o caboclo o maior traço do Pré-Modernismo.
Menotti Del Picchia (1892-1988) nasceu na cidade de São Paulo, no dia 20 de março de 1892, filho do jornalista Luigi Del Picchia e de Corina Del Corso, imigrantes italianos. Com cinco anos de idade mudou-se com a família para a cidade de Itapira. Iniciou seus estudos em Campinas, São Paulo e seguida estudou no Ginásio Diocesano São José, em Pouso Alegre, Minas Gerais
Entre os anos de 1926 e 1962, Menotti ocupou os cargos de deputado estadual em duas legislaturas e federal em três legislaturas, ambos pelo Estado de São Paulo. Em 1960 recebeu o Prêmio Jabuti de Poesia. Em 1968 foi agraciado com o título de Intelectual do Ano. Em 1987, é inaugurada em Itapira, a Casa Menotti Del Picchia, para preservação do seu acervo.
Menotti Del Picchia faleceu em São Paulo, no dia 23 de Agosto de 1988.
Algumas obras:
- Do Vício e da Virtude, 1913
- Moisés, 1917
- Juca Mulato, 1917
- Angústia de D. João, 1922
- O Amor de Dulcinéia, 1926
- República dos Estados Unidos do Brasil, 1928
- A República 3000, 1930
- Salomé, 1930
- Kalum o Sargento, 1936
- Kamunká, 1938
- Dente de Ouro, 1946
- Deus Sem Rosto, 1967.
Segunda Fase (1930 a 1945)
Carlos Drummond de Andrade (1902-1987)
Carlos Drummond de Andrade é considerado um dos maiores poetas brasileiros do século XX. Pertenceu à segunda geração do Modernismo brasileiro.
Nasceu em 31 de outubro de 1902 na cidade de Itabira de Mato Dentro, interior de Minas Gerais. Filho de proprietários rurais, durante sua adolescência foi encaminhado para estudar em colégios internos em Belo Horizonte e também em Nova Friburgo, no Rio de Janeiro.
O estilo poético de Carlos Drummond de Andrade ficou caracterizado por observações do cotidiano misturadas a traços de ironia, pessimismo e humor. Várias de suas obras foram traduzidas para diversos idiomas, sendo também tradutor de autores como Balzac, Federico Garcia Lorca e Molière.
O poeta faleceu em 17 de agosto de 1987 no Rio de Janeiro, dias após a morte de sua única filha, a cronista Maria Julieta Drummond de Andrade.
Algumas obras:
- No Meio do Caminho, 1928
- Alguma Poesia, 1930
- Poema de Sete Faces, 1930
- Cidadezinha Qualquer e Quadrilha, 1930
- Brejo das Almas, 1934
- Sentimento do Mundo, 1940
- Poesias e José, 1942
- Confissões de Minas, 1942
- A Rosa do Povo, 1945
- Poesia até Agora, 1948
- Claro Enigma, 1951
- Contos de Aprendiz, 1951
- Viola de Bolso, 1952
- Passeios na Ilha, 1952
- Fazendeiro do Ar, 1953
- Ciclo, 1957
- Fala, Amendoeira, 1957
Cecília Meireles (1901-1964)
Cecília Benevides de Carvalho Meireles foi a primeira mulher que
conquistou destaque e prestígio na literatura brasileira, publicando mais de 50
obras. Realizou diversos trabalhos como poetisa, professora, jornalista e
pintora.
Nasceu no Rio de Janeiro, em 7 de
novembro de 1901. Na infância ficou órfã de pai e mãe, sendo criada pela avó
materna
Cecília Meireles faleceu no Rio de
Janeiro, no dia 9 de novembro de 1964 e seu velório foi realizado no Ministério
da Educação e Cultura.
Em 1989 a autora foi homenageada pelo
Banco Central, tendo seu retrato impresso na cédula de cem cruzados novos.
Alguns poemas como "Canteiros" e "Motivo" foram musicados
pelo cantor Fagner.
Algumas obras:
- Espectros, 1919
- Nunca Mais... e Poema dos
Poemas, 1923
- Baladas Para El-Rei, 1925
- Viagem, 1925
- Viagem, 1939
- Vaga Música, 1942
- Mar Absoluto, 1945
- Evocação Lírica de Lisboa,
1948
- Retrato Natural, 1949
- Amor em Leonoreta, 1952
- Doze Noturnos de Holanda e o
Aeronauta, 1952
- Romanceiro da Inconfidência,
1953
- Pequeno Oratório de Santa
Clara, 1955
- Pístoia, Cemitério Militar
Brasileiro, 1955
Vinícius de Morais (1913-1980)
Marcus Vinícius de Mello Moraes foi um poeta e compositor
brasileiro. Também atuou como dramaturgo e
diplomata.
"Garota de Ipanema", composição
em parceria com Antônio Carlos Jobim, tornou-se um hino da música popular
brasileira.
Vinicius de Moraes nasceu em 19 de
outubro de 1913, no Rio de Janeiro. Seu pai era funcionário público e também
poeta e a sua mãe era pianista. Demonstrou interesse por poesia desde cedo e
realizou seus estudos no colégio jesuíta Santo Inácio. Fez parte do coral da
igreja, onde despertou e desenvolveu seus talentos musicais.
A obra poética de Vinícius teve duas
fases: a primeira é voltada para o lado místico e cristão e a segunda fase
aborda o cotidiano, exaltando a figura feminina e colocando o amor em destaque.
Vinícius de Moraes também se envolveu
com os problemas sociais de sua época. Produziu poemas belos que serviram como
instrumento de relevantes alertas. Podemos observar exemplos disso em "A
Rosa de Hiroshima" e na parábola "O Operário em Construção".
Vinicius casou-se nove vezes e teve
cinco filhos. Faleceu no Rio de Janeiro em 09 de julho de 1980, de complicações
causadas pela isquemia cerebral.
Algumas obras:
- O Caminho Para a Distância,
1933
- Forma e Exegese, 1936
- Novos Poemas, 1938
- Cinco Elegias, 1943
- Poemas, Sonetos e Baladas,
1946
- Pátria Minha, 1949
- Orfeu da Conceição, 1954
- Livro de Sonetos, 1956
Guimarães Rosa (1908-1967)
João Guimarães Rosa foi escritor brasileiro. O romance "Grande Sertão: Veredas" é sua obra prima. Fez parte do
terceiro tempo do Modernismo, caracterizado pelo rompimento com as técnicas
tradicionais do romance.
Guimarães Rosa nasceu dia 27 de junho
de 1908, em Cordisburgo, interior de Minas Gerais. Era filho de comerciante da
região e realizou seus estudos primários na própria cidade. Em 1918 mudou-se
para a casa de seus avós em Belo Horizonte para continuar os estudos. Assim
formou-se médico na Universidade de Minas Gerais, em 1930.
Em 1958 Guimarães é promovido a
embaixador, mas opta por não sair do Brasil e permanece no Rio de Janeiro.
Em 1963 é eleito para a Academia
Brasileira de Letras, sendo empossado somente em 1967. Três dias depois do ato,
Guimarães Rosa tem um infarto e falece no Rio de Janeiro, dia 19 de novembro de
1967.
Com uma trajetória de vida dedicada à
medicina, diplomacia e literatura, Guimarães Rosa renovou o romance brasileiro
e conquistou leitores em diversos países.
Algumas obras:
- Sagarana,
1946
- Corpo de Baile, 1956
- Grande Sertão: Veredas, 1956
- Primeiras Estórias, 1962
- Tataméia, 1967
- Estas Estórias, 1969
- Ave, Palavra, 1970
- Magma, 1997
Segunda
Geração Modernista - 2.ª Fase do Modernismo – Prosa
José Américo de Almeida (1887-1980)
José
Américo de Almeida (1887-1980) foi um escritor e político brasileiro. Sua obra
"A Bagaceira" deu início à "Geração Regionalista do
Nordeste". Foi eleito para a Academia Brasileira de Letras, em 27 de
outubro de 1966, ocupando a cadeira 38. Foi também advogado, professor
universitário, folclorista e sociólogo.
José
Américo de Almeida (1887-1980) nasceu no engenho Olho d'Água, município de
Areias, Paraíba, no dia 10 de janeiro de 1887. Filho de Inácio Augusto de
Almeida e de Josefa Leopoldina Leal de Almeida aos nove anos, com a morte
do pai, foi entregue aos cuidados do tio o padre Odilon Benvindo.
Estudou no Seminário de João Pessoa e no Liceu Paraibano. Mudou-se para o
Recife, onde ingressou na Faculdade de Direito, concluindo o curso em 1908.
Exerceu a magistratura, foi promotor da comarca do Recife e da comarca de
Sousa, na Paraíba. Em 1911 foi nomeado Procurador do Estado.
José Américo
de Almeida dedicou-se à política, foi governador da Paraíba. Durante seu
mandato fundou a Universidade Federal da Paraíba, sendo nomeado seu primeiro
reitor. Entre 1930 e 1934, no governo de Getúlio Vargas, foi nomeado Ministro
da Viação e Obras Públicas. Em 1935 foi nomeado Ministro do Tribunal de Contas
da União. Em 1945 foi eleito Senador pela Paraíba. Em 1951 voltou a ocupar o
cargo de Ministro da Viação e Obras Públicas. Em 1966 foi eleito para a
Academia Brasileira de Letras, para a cadeira 38.
José Américo
de Almeida faleceu em João Pessoa, Paraíba, no dia 10 de março de 1980.
Algumas obras:
- Reflexões de Uma Cabra, ensaio, 1922
- A Paraíba e Seus Problemas, 1923
- A Bagaceira, romance, 1928
- O Ministério da Viação no Governo Provisório, 1933
- O Ciclo Revolucionário no Ministério da Viação, 1934
- O Boqueirão, romance, 1935
- Coiteiros, romance, 1935
- A Palavra e o Tempo, ensaio, 1937-45-50-65
- As Secas no Nordeste, 1953
- Ocasos de Sangue, ensaio, 19954
- Discursos do Seu Tempo, 1964-1965
- O Anjo Negro, ensaios, 1967
- Graça Aranha, O Doutrinador, memórias, 1968
- Eu e Eles, memórias, 1970
Jorge Amado (1912-2001)
Jorge Amado foi jornalista e um dos
maiores representantes da literatura brasileira modernista, com uma obra
marcada pelo regionalismo e pela denúncia social.
Foi o quinto
ocupante da cadeira 23, na Academia Brasileira de Letras, em 1961 e, além disso,
recebeu vários prêmios com destaque para o “Prêmio Camões” (1994) e o “Prêmio
Jabuti”, o qual fora agraciado duas vezes (1959 e 1995)
orge Leal Amado de
Faria nasceu no dia 10 de agosto de 1912, no distrito de Ferradas, município de
Itabuna, no sul do Estado da Bahia.
Viveu sua infância
em Ilhéus (BA) e depois mudou-se para Salvador, onde estudou no Internato
Colégio Antônio Vieira, de padres jesuítas, e no Ginásio Ipiranga.
Desde jovem se
envolve com a vida literária e começa a escrever para o jornal: “Diário da
Bahia”.
Na política, Jorge
Amado lutou pela liberdade religiosa, sendo o autor da lei, ainda hoje em
vigor, que assegura o direito à liberdade de culto religioso; ademais, foi
autor da emenda que garantia os direitos autorais.
Casa-se pela segunda
vez com a escritora Zelia Gattai, e com ela tem dois filhos. Em 1955, afasta-se
da militância política e dedica-se totalmente à literatura, sendo ocupante da
cadeira 23, na Academia Brasileira de Letras, a partir de 1961.
Falece na capital
baiana, Salvador, no dia 6 de agosto de 2001, com 89 anos.
Algumas obras:
- · O País do Carnaval (1930)
- · Cacau (1933)
- · Suor (1934)
- · Jubiabá (1935)
- · Mar morto (1936)
- · Capitães da areia (1937)
- · Terras do Sem-Fim (1943)
- · São Jorge dos Ilhéus (1944)
Possui uma vasta obra
literária, com aproximadamente 45 livros publicados dentre romances, poesias,
contos, crônicas, peças de teatro, literatura infantil.
Ademais, sua obra foi
traduzida para 50 idiomas, sendo, portanto, um escritor reconhecido
mundialmente.
Rachel de Queiroz (1910-2003)
Além disso, foi a
primeira mulher a ocupar uma cadeira na Academia Brasileira de Letras, em 1977.
Dada sua importância
para a literatura nacional, em 2003 foi inaugurado o "Centro Cultural
Rachel de Queiroz" em Quixadá (CE), cidade em que Rachel viveu.
Rachel de Queiroz
nasceu na capital cearense, Fortaleza, no dia 17 de novembro de 1910.
Filha de intelectuais,
do advogado Daniel de Queiroz Lima e de Clotilde Franklin de Queiroz, era
descendente, pelo lado materno, da estirpe dos Alencar (sua bisavó materna era
prima José de Alencar).
Com apenas 7 anos sua
família muda-se para o Rio de Janeiro e depois para Belém do Pará.
Depois de dois anos
retornam ao Ceará e Rachel torna-se aluna interna do “Colégio Imaculada
Conceição”. Com apenas 15 anos de idade, forma-se professora em 1925.
Lecionou História e,
com 20 anos, em 1930, publica seu primeiro romance, “O Quinze”. Nessa obra, a
escritora retrata a seca de 1915 no nordeste do país e a realidade dos
retirantes nordestinos.
Em 1992, escreveu o
romance “Memorial de Maria Moura”, o qual lhe conferiu o "Prêmio
Camões". Aos 92 anos, no dia 4 de novembro de 2003, na cidade do Rio de
Janeiro, descansando em sua rede, falece Rachel de Queiroz.
Obras
Possuidora de uma
vasta obra, Rachel de Queiroz escreveu romances, contos e crônicas, com
destaque para ficção social nordestina. Além disso, escreveu literatura
infanto-juvenil, antologias e peças de teatro. Segue abaixo algumas obras:
- · O Quinze (1930)
- · João Miguel (1932)
- · Caminhos de Pedras (1937)
- · As Três Marias (1939)
- · Três romances (1948)
- · O Galo de Ouro (1950)
- · Lampião (1953)
- · A Beata Maria do Egito (1958)
- · Quatro Romances (1960)
José Lins do Rego (1910-2003)
José Lins do Rego
Cavalcanti nasceu em 1901, no Estado da Paraíba, e morreu em 1957 na cidade do Rio de Janeiro.
Viveu a maior parte de sua vida em Recife, cidade onde se formou em Direito. A partir de 1936, passou a viver na cidade do Rio de Janeiro.
O dia a dia e os costumes tanto de Pernambuco quanto do Rio de Janeiro eram evidentes em suas obras literárias.
Ele deu início ao conhecido Ciclo da Cana-de-Açúcar com a obra: Menino de Engenho. Além deste livro, este notável escritor escreveu outros livros, como: Doidinho, Banguê, O Moleque Ricardo e Usina. Este último possui narrativa descritiva do meio de vida nos engenhos e nas plantações de cana-de-açúcar do Nordeste.
posteriormente
escreveu Euridice, Cangaceiros, alguns ensaios, crônicas e outras obras.
Este notável escritor foi eleito membro da Academia Brasileira de Letras e teve suas obras traduzidas para diferentes idiomas, entre eles, o russo. Antes de morrer, escreveu um livro de memórias chamado: Meus Verdes Anos.
Principais obras de José Lins do Rego
- Menino de engenho (1932)
- Doidinho (1933)
- Banguê (1934)
- O Moleque Ricardo (1935)
- Usina (1936)
- Pureza (1937)
- Pedra bonita (1938)
Terceira Geração Modernista - 3.ª Fase do Modernismo
João Cabral de Melo (1920-1999)
João Cabral de
Melo Neto foi poeta, escritor e diplomata brasileiro. Conhecido como “poeta
engenheiro”, ele fez parte da terceira geração modernista no Brasil, conhecida
como Geração de 45.
Nesse momento, os
escritores estavam mais preocupados com a palavra e a forma, sem deixar de lado
a sensibilidade poética. De maneira racional e equilibrada, João Cabral se
destacou por seu rigor estético.
“Morte e Vida
Severina” foi, sem dúvida, a obra que o consagrou. Além disso, seus livros
foram traduzidos para diversas línguas (alemão, espanhol, inglês, italiano,
francês e holandês) e sua obra é conhecida em diversos países.
Permanece no cargo
até 1987, quando volta a viver com a família no Rio de Janeiro. É aposentado da
carreira diplomática em 1990. Pouco depois, começou a sofrer com uma cegueira,
fato que o leva a depressão.
João Cabral morreu
em 9 de outubro de 1999, no Rio de Janeiro, com 79 anos. O escritor foi vítima
de um ataque cardíaco.
João Cabral
escreveu diversas obras e segundo ele “escrever é estar no extremo de si
mesmo”:
Algumas obras:
- · Considerações sobre o poeta dormindo, 1941;
- · Pedra do sono, 1942;
- · O engenheiro, 1945;
- · O cão sem plumas, 1950;
- · O rio, 1954;
- · Quaderna, 1960;
- · Poemas escolhidos, 1963;
- · A educação pela pedra, 1966;
- · Morte e vida Severina e outros poemas em voz alta, 1966;
- · Museu de tudo, 1975;
- · A escola das facas, 1980;
Ariano Suassuna (1927-2014)
Ariano Suassuna foi escritor e dramaturgo brasileiro, autor do Auto da Compadecida, considerada sua obra prima que foi adaptada para o cinema e televisão.
Além de escritor renomado e um dos maiores do Brasil, Ariano foi professor e idealizador do Movimento Armorial que valorizou as artes populares.
Nesse movimento, os artistas tinham o intuito de criar uma arte erudita a partir de elementos da cultura popular do Nordeste.
Suassuna foi ocupante da cadeira nº 32 na Academia Brasileira de Letras (eleito em 1989). Também foi membro da Academia Pernambucana de Letras (a partir de 1993) e da Academia Paraibana de Letras (eleito em 2000).
Ariano Suassuna faleceu em 23 de julho de 2014, no Recife, Pernambuco, vítima de uma parada cardíaca.
Isso ocorreu depois de ter sido internado com um AVC (acidente vascular cerebral). O escritor paraibano tinha 87 anos.
Algumas obras:
Suassuna escreveu ensaios, romances, dramaturgias e poemas. A maior parte de sua obra está relacionada com os elementos nordestinos.
Assim, Suassuna explora a fala regional e parte do folclore brasileiro. O escritor possui uma vasta obra das quais merecem destaque:
Lygia Fagundes Telles (1923)
Lygia Fagundes Telles é uma escritora modernista brasileira. Ela faz parte da Academia Paulista de Letras (APL) e também da Academia Brasileira de Letras (ABL).
Em 2005, Lygia recebeu o “Prêmio Camões” pelo conjunto de sua obra, considerado o mais importante da literatura de língua portuguesa.
Em 1947, casou-se com um de seus professores da faculdade de Direito: o jurista Goffredo da Silva Telles Júnior. Com ele teve um filho: Goffredo da Silva Telles Neto.
Em 1960, o casal se separa e, três anos depois, casou-se com o crítico de cinema Paulo Emílio Sales Gomes.
Em 1973, publicou o romance "As meninas". Com essa obra Lygia recebeu os Prêmios: Jabuti, Coelho Neto da Academia Brasileira de Letras e “Ficção” da Associação Paulista de Críticos de Arte.
Curiosidade
Seu romance intitulado "As meninas" foi transformado em filme em 1995. A película foi dirigida pelo cineasta Emiliano Ribeiro.
Algumas obras:
Lygia é uma ávida escritora e reúne um vasto conjunto de contos, crônicas e romances. Além disso, participou de várias antologias e coletâneas; e, ainda traduziu e adaptou diversos textos.
Muitos livros da escritora foram publicados em outros países: Portugal, Espanha, França, Alemanha, Itália, Holanda, Suécia, Estados Unidos, dentre outros.
Confira abaixo as obras mais relevantes de contos e romances da escritora:
Contos
- Porão e sobrado (1938)
- Antes do Baile Verde (1970)
- Seminário dos Ratos (1977)
- Mistérios (1981)
- Invenção e Memória (2000)
Romances
- Ciranda de Pedra (1954)
- Verão no Aquário (1964)
- As Meninas (1973)
- As horas nuas (1989)
Fontes
Disponível
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Fontes
https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/literatura/modernismo.htm
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