Modernismo


Liberdade de criação, inovação e ruptura drástica com o cânone literário europeu. Todas essas características estão reunidas em um dos períodos de maior efervescência cultural da história da arte brasileira: o Modernismo. Os modernistas fizeram uma verdadeira revolução em nossa literatura e artes plásticas, reinventaram a linguagem e conquistaram a tão sonhada autonomia estética: depois de 1922, o jeito de escrever dos escritores brasileiros mudou para sempre.

arte moderna foi influenciada pelas vanguardas europeias, grupos ou correntes que apresentaram propostas e práticas inovadoras. O Cubismo, o Futurismo, o Expressionismo, o Surrealismo e o Dadaísmo tinham como objetivo romper com a tradição clássica, valorizando assim a liberdade criadora que possibilitava uma expressão subjetiva e ilógica nas artes plásticas e também na literatura. Atentos ao que acontecia no continente europeu, diversos artistas brasileiros reuniram-se para o debate em torno de questões estéticas, questões essas que gradualmente ganharam caráter ideológico, prenunciando a literatura de fundo político que seria produzida na década de 1930.



Características do Modernismo
  • ·         Libertação estética;
  • ·         Ruptura com o tradicionalismo;
  • ·         Experimentações artísticas;
  • ·         Liberdade formal (versos livres, abandono das formas fixas, ausência de pontuação);
  • ·         Linguagem com humor;
  • ·         Valorização do cotidiano.


Semana de Arte Moderna

Semana de Arte Moderna, evento realizado no Teatro Municipal de São Paulo em 1922, representou um divisor de águas na cultura brasileira. A Semana ganhou enorme importância porque foi o ponto culminante das ideias modernistas que já se manifestavam desde 1911 no Brasil. Essas ideias, inovadoras e radicais, começaram a minar as bases sólidas da cultura acadêmica nacional, que a partir daquele momento perderia espaço diante da irreverência e do desejo de liberdade que uniam os participantes do movimento. Entre seus principais representantes, artistas plásticos, músicos e escritores, podemos citar Anita Malfatti, Di Cavalcanti, Brecheret, Tarsila do Amaral, Villa-Lobos e, claro, Oswald de Andrade, Mário de Andrade, Manuel Bandeira, Guilherme de Almeida, entre outros.

Tradicionalmente, a literatura modernista é dividida em três fases. São elas:

Primeira fase (ou primeira geração modernista)

A fase heroica, como também ficou conhecida, é representada, principalmente, pela tríade modernista, isto é, os escritores Manuel Bandeira, Mário e Oswald de Andrade. O trio deu continuidade aos postulados de 1922, apresentando uma estética transgressora, testando os limites da forma e do conteúdo e combatendo as escolas tradicionais de nossa literatura;

Segunda fase (geração de 1930)

 Os escritores da literatura modernista nos anos 1930 deram continuidade às conquistas da primeira fase, contudo, diante de um contexto histórico beligerante, era preciso voltar as atenções para a realidade e utilizar a literatura como instrumento de denúncia e análise social, tanto na prosa quanto na poesia. Entre os principais representantes dessa fase estão os escritores Graciliano Ramos, Rachel de Queiroz, Carlos Drummond de Andrade, Cecília Meireles, Vinícius de Moraes, entre outros;

Terceira fase (geração de 1945)

 A pesquisa estética e a renovação das formas de expressão literária, tanto na poesia quanto na prosa, foram as principais características da geração de 1945. Caminhando em direção à experimentação, os autores da terceira fase do Modernismo vislumbraram outras possibilidades temáticas, deixando em segundo plano as preocupações políticas, ideológicas e culturais que marcaram a geração de 1930. Seus principais representantes foram Clarice Lispector, Guimarães Rosa, João Cabral de Melo Neto, Ariano Suassuna, Mario Quintana, entre outros.



Autores e Obras do Modernismo

Primeira Fase (1922 a 1930)


Mário de Andrade (1893-1945)

Mário Raul de Morais Andrade foi um escritor brasileiro que exerceu importante papel na consolidação do movimento Modernista no Brasil.
Nasceu em São Paulo, Capital no dia 9 de outubro de 1893. Concluiu o ginásio e entrou para a Escola de Comércio Alves Penteado, ironicamente abandonando o curso após um desentendimento com o professor de Português. Em 1911 ingressou no Conservatório de Música de São Paulo, formando-se em piano.
No ano de 1917 seu pai faleceu, então passou a ministrar aulas de piano para seu sustento. Com isso, passou a ter maior convivência com os artistas da época, tornando-se grande amigo de Anita Malfatti e Oswald de Andrade. Na sequência, com o pseudônimo de Mário Sobral, publicou seu primeiro livro "Há Uma Gota de Sangue em Cada Poema", tecendo críticas às mortes causadas pela Primeira Guerra Mundial.
Mário de Andrade faleceu vítima de ataque cardíaco no dia 25 de fevereiro de 1945, na cidade de São Paulo.
"Macunaíma" é considerado seu livro mais impactante, recebendo aclamada adaptação para o cinema.

Algumas obras:
  • Há uma Gota de Sangue em Cada Poema, 1917
  • Pauliceia Desvairada, 1922
  • A Escrava que não é Isaura, 1925
  • Losango Cáqui, 1926
  • Primeiro Andar, 1926
  • Clã do Jabuti, 1927
  • Amar, Verbo Intransitivo, 1927
  • Macunaíma, 1928



Oswald de Andrade (1890-1954)


José Oswald de Sousa Andrade foi escritor e dramaturgo brasileiro. Uma das personalidades mais polêmicas do Modernismo. Juntamente com a pintora Anita Malfatti, o escritor Mário de Andrade e outros intelectuais, organizou a Semana de Arte Moderna de 1922.

Nascido em São Paulo, no dia 11 de janeiro de 1890. Filho único, estudante de Ciências e Letras no Ginásio de São Bento, onde ouviu de um professor a profecia de que seria escritor. Após o fato, passou a se interessar por livros e começou a escrever.

Em 1944 faz outro casamento, agora com Maria Antonieta D'Aikmin, com quem teve duas filhas e permaneceu até o fim de sua vida. Faleceu em São Paulo, no dia 22 de outubro de 1954.

Conhecido por seu ar irônico e gozador, foi militante político e idealizador dos principais manifestos modernistas.


Algumas obras:
  • Os Condenados, 1922
  • Memórias Sentimentais de João Miramar, 1924
  • Manifesto Pau-Brasil, 1925
  • Pau-Brasil, 1925
  • Estrela de Absinto, 1927
  • Primeiro Caderno de Poesia do Aluno Oswald de Andrade, 1927
  • Manifesto Antropofágico, 1928


Manuel Bandeira (1890-1954)

Manuel Bandeira foi um poeta brasileiro. Também atuou como professor de literatura, crítico de artee crítico literário. 
"Vou-me Embora pra Pasárgada" é um dos seus poemas mais conhecidos. 
Manuel Carneiro de Souza Bandeira Filho nasceu em 19 de abril de 1886 em Recife, Pernambuco. Filho de uma abastada família de proprietários rurais, advogados e políticos; em 1890 viajou para o Rio de Janeiro e ingressou no Colégio Pedro II. 
Em 1940 foi eleito para Academia Brasileira de Letras, ocupando a cadeira de número 24. Em 1943 foi nomeado professor de Literatura Hispano-Americana da Faculdade Nacional de Filosofia. Em 1957 passou quatro meses viajando pela Europa e em 1966, ao completar oitenta anos, publicou “Estrela da Vida Inteira”. 
Grande parte da temática de suas obras aborda a infância, a paixão pela vida, a morte, o amor e o erotismo, a solidão e o cotidiano. 
Manuel Bandeira faleceu no Rio de Janeiro, no dia 13 de outubro de 1968. 

Algumas obras: 
  • A Cinza das Horas, 1917 
  • Carnaval, 1919 
  • Os Sapos, 1922 
  • O Ritmo Dissoluto, 1924 
  • Libertinagem, 1930 
  • Estrela da Manhã, 1936 
  • Crônicas da Província do Brasil, 1937 

                                                
Menotti Del Picchia (1892-1988) 

Foi um poeta, romancista, ensaísta, cronista, jornalista, advogado, tabelião e político brasileiro. Foi ativista do Modernismo, mas sua obra mais marcante é o poema “Juca Mulato”, em que a temática é o caboclo o maior traço do Pré-Modernismo. 
Menotti Del Picchia (1892-1988) nasceu na cidade de São Paulo, no dia 20 de março de 1892, filho do jornalista Luigi Del Picchia e de Corina Del Corso, imigrantes italianos. Com cinco anos de idade mudou-se com a família para a cidade de Itapira. Iniciou seus estudos em Campinas, São Paulo e seguida estudou no Ginásio Diocesano São José, em Pouso Alegre, Minas Gerais 

Entre os anos de 1926 e 1962, Menotti ocupou os cargos de deputado estadual em duas legislaturas e federal em três legislaturas, ambos pelo Estado de São Paulo. Em 1960 recebeu o Prêmio Jabuti de Poesia. Em 1968 foi agraciado com o título de Intelectual do Ano. Em 1987, é inaugurada em Itapira, a Casa Menotti Del Picchia, para preservação do seu acervo. 
Menotti Del Picchia faleceu em São Paulo, no dia 23 de Agosto de 1988. 

Algumas obras:

  • Do Vício e da Virtude, 1913 
  • Moisés, 1917 
  • Juca Mulato, 1917 
  • Angústia de D. João, 1922 
  • O Amor de Dulcinéia, 1926 
  • República dos Estados Unidos do Brasil, 1928 
  • A República 3000, 1930 
  • Salomé, 1930 
  • Kalum o Sargento, 1936 
  • Kamunká, 1938 
  • Dente de Ouro, 1946 
  • Deus Sem Rosto, 1967.  


Segunda Fase (1930 a 1945)






Carlos Drummond de Andrade (1902-1987) 

Carlos Drummond de Andrade é considerado um dos maiores poetas brasileiros do século XX. Pertenceu à segunda geração do Modernismo brasileiro. 
Nasceu em 31 de outubro de 1902 na cidade de Itabira de Mato Dentro, interior de Minas Gerais.  Filho de proprietários rurais, durante sua adolescência foi encaminhado para estudar em colégios internos em Belo Horizonte e também em Nova Friburgo, no Rio de Janeiro. 
O estilo poético de Carlos Drummond de Andrade ficou caracterizado por observações do cotidiano misturadas a traços de ironia, pessimismo e humor. Várias de suas obras foram traduzidas para diversos idiomas, sendo também tradutor de autores como Balzac, Federico Garcia Lorca e Molière. 
O poeta faleceu em 17 de agosto de 1987 no Rio de Janeiro, dias após a morte de sua única filha, a cronista Maria Julieta Drummond de Andrade. 

Algumas obras: 

  • No Meio do Caminho, 1928 
  • Alguma Poesia, 1930 
  • Poema de Sete Faces, 1930 
  • Cidadezinha Qualquer e Quadrilha, 1930 
  • Brejo das Almas, 1934 
  • Sentimento do Mundo, 1940 
  • Poesias e José, 1942 
  • Confissões de Minas, 1942 
  • A Rosa do Povo, 1945 
  • Poesia até Agora, 1948 
  • Claro Enigma, 1951 
  • Contos de Aprendiz, 1951 
  • Viola de Bolso, 1952 
  • Passeios na Ilha, 1952 
  • Fazendeiro do Ar, 1953 
  • Ciclo, 1957 
  • Fala, Amendoeira, 1957 





Cecília Meireles (1901-1964) 

Cecília Benevides de Carvalho Meireles foi a primeira mulher que conquistou destaque e prestígio na literatura brasileira, publicando mais de 50 obras. Realizou diversos trabalhos como poetisa, professora, jornalista e pintora.
Nasceu no Rio de Janeiro, em 7 de novembro de 1901. Na infância ficou órfã de pai e mãe, sendo criada pela avó materna
Cecília Meireles faleceu no Rio de Janeiro, no dia 9 de novembro de 1964 e seu velório foi realizado no Ministério da Educação e Cultura.
Em 1989 a autora foi homenageada pelo Banco Central, tendo seu retrato impresso na cédula de cem cruzados novos. Alguns poemas como "Canteiros" e "Motivo" foram musicados pelo cantor Fagner.

Algumas obras:

  • Espectros, 1919
  • Nunca Mais... e Poema dos Poemas, 1923
  • Baladas Para El-Rei, 1925
  • Viagem, 1925
  • Viagem, 1939
  • Vaga Música, 1942
  • Mar Absoluto, 1945
  • Evocação Lírica de Lisboa, 1948
  • Retrato Natural, 1949
  • Amor em Leonoreta, 1952
  • Doze Noturnos de Holanda e o Aeronauta, 1952
  • Romanceiro da Inconfidência, 1953
  • Pequeno Oratório de Santa Clara, 1955
  • Pístoia, Cemitério Militar Brasileiro, 1955



Vinícius de  Morais (1913-1980) 

Marcus Vinícius de Mello Moraes foi um poeta e compositor brasileiro. Também atuou como dramaturgo e diplomata.
"Garota de Ipanema", composição em parceria com Antônio Carlos Jobim, tornou-se um hino da música popular brasileira.
Vinicius de Moraes nasceu em 19 de outubro de 1913, no Rio de Janeiro. Seu pai era funcionário público e também poeta e a sua mãe era pianista. Demonstrou interesse por poesia desde cedo e realizou seus estudos no colégio jesuíta Santo Inácio. Fez parte do coral da igreja, onde despertou e desenvolveu seus talentos musicais.
A obra poética de Vinícius teve duas fases: a primeira é voltada para o lado místico e cristão e a segunda fase aborda o cotidiano, exaltando a figura feminina e colocando o amor em destaque.
Vinícius de Moraes também se envolveu com os problemas sociais de sua época. Produziu poemas belos que serviram como instrumento de relevantes alertas. Podemos observar exemplos disso em "A Rosa de Hiroshima" e na parábola "O Operário em Construção".
Vinicius casou-se nove vezes e teve cinco filhos. Faleceu no Rio de Janeiro em 09 de julho de 1980, de complicações causadas pela isquemia cerebral.

Algumas obras:
  • O Caminho Para a Distância, 1933
  • Forma e Exegese, 1936
  • Novos Poemas, 1938
  • Cinco Elegias, 1943
  • Poemas, Sonetos e Baladas, 1946
  • Pátria Minha, 1949
  • Orfeu da Conceição, 1954
  • Livro de Sonetos, 1956


Guimarães Rosa (1908-1967) 

João Guimarães Rosa foi escritor brasileiro. O romance "Grande Sertão: Veredas" é sua obra prima. Fez parte do terceiro tempo do Modernismo, caracterizado pelo rompimento com as técnicas tradicionais do romance.
Guimarães Rosa nasceu dia 27 de junho de 1908, em Cordisburgo, interior de Minas Gerais. Era filho de comerciante da região e realizou seus estudos primários na própria cidade. Em 1918 mudou-se para a casa de seus avós em Belo Horizonte para continuar os estudos. Assim formou-se médico na Universidade de Minas Gerais, em 1930.
Em 1958 Guimarães é promovido a embaixador, mas opta por não sair do Brasil e permanece no Rio de Janeiro.
Em 1963 é eleito para a Academia Brasileira de Letras, sendo empossado somente em 1967. Três dias depois do ato, Guimarães Rosa tem um infarto e falece no Rio de Janeiro, dia 19 de novembro de 1967.
Com uma trajetória de vida dedicada à medicina, diplomacia e literatura, Guimarães Rosa renovou o romance brasileiro e conquistou leitores em diversos países.

Algumas obras:
  • Sagarana, 1946
  • Corpo de Baile, 1956
  • Grande Sertão: Veredas, 1956
  • Primeiras Estórias, 1962
  • Tataméia, 1967
  • Estas Estórias, 1969
  • Ave, Palavra, 1970
  • Magma, 1997

Segunda Geração Modernista - 2.ª Fase do Modernismo – Prosa



José Américo de Almeida (1887-1980) 

José Américo de Almeida (1887-1980) foi um escritor e político brasileiro. Sua obra "A Bagaceira" deu início à "Geração Regionalista do Nordeste". Foi eleito para a Academia Brasileira de Letras, em 27 de outubro de 1966, ocupando a cadeira 38. Foi também advogado, professor universitário, folclorista e sociólogo.
José Américo de Almeida (1887-1980) nasceu no engenho Olho d'Água, município de Areias, Paraíba, no dia 10 de janeiro de 1887. Filho de Inácio Augusto de Almeida e de Josefa Leopoldina Leal de Almeida aos nove anos, com a morte do pai, foi entregue aos cuidados do tio o padre Odilon Benvindo. Estudou no Seminário de João Pessoa e no Liceu Paraibano. Mudou-se para o Recife, onde ingressou na Faculdade de Direito, concluindo o curso em 1908. Exerceu a magistratura, foi promotor da comarca do Recife e da comarca de Sousa, na Paraíba. Em 1911 foi nomeado Procurador do Estado.
José Américo de Almeida dedicou-se à política, foi governador da Paraíba. Durante seu mandato fundou a Universidade Federal da Paraíba, sendo nomeado seu primeiro reitor. Entre 1930 e 1934, no governo de Getúlio Vargas, foi nomeado Ministro da Viação e Obras Públicas. Em 1935 foi nomeado Ministro do Tribunal de Contas da União. Em 1945 foi eleito Senador pela Paraíba. Em 1951 voltou a ocupar o cargo de Ministro da Viação e Obras Públicas. Em 1966 foi eleito para a Academia Brasileira de Letras, para a cadeira 38.
José Américo de Almeida faleceu em João Pessoa, Paraíba, no dia 10 de março de 1980.

Algumas obras:
  • Reflexões de Uma Cabra, ensaio, 1922
  • A Paraíba e Seus Problemas, 1923
  • A Bagaceira, romance, 1928
  • O Ministério da Viação no Governo Provisório, 1933
  • O Ciclo Revolucionário no Ministério da Viação, 1934
  • O Boqueirão, romance, 1935
  • Coiteiros, romance, 1935
  • A Palavra e o Tempo, ensaio, 1937-45-50-65
  • As Secas no Nordeste, 1953
  • Ocasos de Sangue, ensaio, 19954
  • Discursos do Seu Tempo, 1964-1965
  • O Anjo Negro, ensaios, 1967
  • Graça Aranha, O Doutrinador, memórias, 1968
  • Eu e Eles, memórias, 1970




Jorge Amado (1912-2001) 

 Jorge Amado foi jornalista e um dos maiores representantes da literatura brasileira modernista, com uma obra marcada pelo regionalismo e pela denúncia social.
Foi o quinto ocupante da cadeira 23, na Academia Brasileira de Letras, em 1961 e, além disso, recebeu vários prêmios com destaque para o “Prêmio Camões” (1994) e o “Prêmio Jabuti”, o qual fora agraciado duas vezes (1959 e 1995)
orge Leal Amado de Faria nasceu no dia 10 de agosto de 1912, no distrito de Ferradas, município de Itabuna, no sul do Estado da Bahia.
Viveu sua infância em Ilhéus (BA) e depois mudou-se para Salvador, onde estudou no Internato Colégio Antônio Vieira, de padres jesuítas, e no Ginásio Ipiranga.
Desde jovem se envolve com a vida literária e começa a escrever para o jornal: “Diário da Bahia”.
Na política, Jorge Amado lutou pela liberdade religiosa, sendo o autor da lei, ainda hoje em vigor, que assegura o direito à liberdade de culto religioso; ademais, foi autor da emenda que garantia os direitos autorais.
Casa-se pela segunda vez com a escritora Zelia Gattai, e com ela tem dois filhos. Em 1955, afasta-se da militância política e dedica-se totalmente à literatura, sendo ocupante da cadeira 23, na Academia Brasileira de Letras, a partir de 1961.
Falece na capital baiana, Salvador, no dia 6 de agosto de 2001, com 89 anos.

Algumas obras:

  • ·         O País do Carnaval (1930)
  • ·         Cacau (1933)
  • ·         Suor (1934)
  • ·         Jubiabá (1935)
  • ·         Mar morto (1936)
  • ·         Capitães da areia (1937)
  • ·         Terras do Sem-Fim (1943)
  • ·         São Jorge dos Ilhéus (1944)


Possui uma vasta obra literária, com aproximadamente 45 livros publicados dentre romances, poesias, contos, crônicas, peças de teatro, literatura infantil.
Ademais, sua obra foi traduzida para 50 idiomas, sendo, portanto, um escritor reconhecido mundialmente.






Rachel de Queiroz (1910-2003) 

 Rachel de Queiroz  foi uma grande escritora, jornalista, tradutora e dramaturga brasileira. Ganhou diversos prêmios, dentre eles o "Prêmio Camões" (1993), sendo, portanto, a primeira mulher a recebê-lo.
Além disso, foi a primeira mulher a ocupar uma cadeira na Academia Brasileira de Letras, em 1977.
Dada sua importância para a literatura nacional, em 2003 foi inaugurado o "Centro Cultural Rachel de Queiroz" em Quixadá (CE), cidade em que Rachel viveu.
Rachel de Queiroz nasceu na capital cearense, Fortaleza, no dia 17 de novembro de 1910.
Filha de intelectuais, do advogado Daniel de Queiroz Lima e de Clotilde Franklin de Queiroz, era descendente, pelo lado materno, da estirpe dos Alencar (sua bisavó materna era prima José de Alencar).
Com apenas 7 anos sua família muda-se para o Rio de Janeiro e depois para Belém do Pará.
Depois de dois anos retornam ao Ceará e Rachel torna-se aluna interna do “Colégio Imaculada Conceição”. Com apenas 15 anos de idade, forma-se professora em 1925.
Lecionou História e, com 20 anos, em 1930, publica seu primeiro romance, “O Quinze”. Nessa obra, a escritora retrata a seca de 1915 no nordeste do país e a realidade dos retirantes nordestinos.
Em 1992, escreveu o romance “Memorial de Maria Moura”, o qual lhe conferiu o "Prêmio Camões". Aos 92 anos, no dia 4 de novembro de 2003, na cidade do Rio de Janeiro, descansando em sua rede, falece Rachel de Queiroz.
Obras
Possuidora de uma vasta obra, Rachel de Queiroz escreveu romances, contos e crônicas, com destaque para ficção social nordestina. Além disso, escreveu literatura infanto-juvenil, antologias e peças de teatro. Segue abaixo algumas obras:

  • ·         O Quinze (1930)
  • ·         João Miguel (1932)
  • ·         Caminhos de Pedras (1937)
  • ·         As Três Marias (1939)
  • ·         Três romances (1948)
  • ·         O Galo de Ouro (1950)
  • ·         Lampião (1953)
  • ·         A Beata Maria do Egito (1958)
  • ·         Quatro Romances (1960)




José Lins do Rego (1910-2003) 


José Lins do Rego Cavalcanti nasceu em 1901, no Estado da Paraíba, e morreu em 1957 na cidade do Rio de Janeiro.

Viveu a maior parte de sua vida em Recife, cidade onde se formou em Direito. A partir de 1936, passou a viver na cidade do Rio de Janeiro.

O dia a dia e os costumes tanto de Pernambuco quanto do Rio de Janeiro eram evidentes em suas obras literárias.

Ele deu início ao conhecido Ciclo da Cana-de-Açúcar com a obra: Menino de Engenho. Além deste livro, este notável escritor escreveu outros livros, como: Doidinho, Banguê, O Moleque Ricardo e Usina. Este último possui narrativa descritiva do meio de vida nos engenhos e nas plantações de cana-de-açúcar do Nordeste.  

posteriormente escreveu Euridice, Cangaceiros, alguns ensaios, crônicas e outras obras. 

Este notável escritor foi eleito membro da Academia Brasileira de Letras e teve suas obras traduzidas para diferentes idiomas, entre eles, o russo. Antes de morrer, escreveu um livro de memórias chamado: Meus Verdes Anos.

Principais obras de José Lins do Rego

  • Menino de engenho (1932) 
  • Doidinho (1933) 
  • Banguê (1934) 
  • O Moleque Ricardo (1935) 
  • Usina (1936) 
  • Pureza (1937) 
  • Pedra bonita (1938) 


Terceira Geração Modernista - 3.ª Fase do Modernismo


João Cabral de Melo (1920-1999) 

João Cabral de Melo Neto foi poeta, escritor e diplomata brasileiro. Conhecido como “poeta engenheiro”, ele fez parte da terceira geração modernista no Brasil, conhecida como Geração de 45.
Nesse momento, os escritores estavam mais preocupados com a palavra e a forma, sem deixar de lado a sensibilidade poética. De maneira racional e equilibrada, João Cabral se destacou por seu rigor estético.
“Morte e Vida Severina” foi, sem dúvida, a obra que o consagrou. Além disso, seus livros foram traduzidos para diversas línguas (alemão, espanhol, inglês, italiano, francês e holandês) e sua obra é conhecida em diversos países.
Permanece no cargo até 1987, quando volta a viver com a família no Rio de Janeiro. É aposentado da carreira diplomática em 1990. Pouco depois, começou a sofrer com uma cegueira, fato que o leva a depressão.
João Cabral morreu em 9 de outubro de 1999, no Rio de Janeiro, com 79 anos. O escritor foi vítima de um ataque cardíaco.

João Cabral escreveu diversas obras e segundo ele “escrever é estar no extremo de si mesmo”:

Algumas obras:
  • ·         Considerações sobre o poeta dormindo, 1941;
  • ·         Pedra do sono, 1942;
  • ·         O engenheiro, 1945;
  • ·         O cão sem plumas, 1950;
  • ·         O rio, 1954;
  • ·         Quaderna, 1960;
  • ·         Poemas escolhidos, 1963;
  • ·         A educação pela pedra, 1966;
  • ·         Morte e vida Severina e outros poemas em voz alta, 1966;
  • ·         Museu de tudo, 1975;
  • ·         A escola das facas, 1980;


Ariano Suassuna (1927-2014) 



Ariano Suassuna foi escritor e dramaturgo brasileiro, autor do Auto da Compadecida, considerada sua obra prima que foi adaptada para o cinema e televisão. 
Além de escritor renomado e um dos maiores do Brasil, Ariano foi professor e idealizador do Movimento Armorial que valorizou as artes populares. 
Nesse movimento, os artistas tinham o intuito de criar uma arte erudita a partir de elementos da cultura popular do Nordeste. 
Suassuna foi ocupante da cadeira nº 32 na Academia Brasileira de Letras (eleito em 1989). Também foi membro da Academia Pernambucana de Letras (a partir de 1993) e da Academia Paraibana de Letras (eleito em 2000). 
Ariano Suassuna faleceu em 23 de julho de 2014, no Recife, Pernambuco, vítima de uma parada cardíaca. 
Isso ocorreu depois de ter sido internado com um AVC (acidente vascular cerebral). O escritor paraibano tinha 87 anos. 

Algumas obras: 

Suassuna escreveu ensaios, romances, dramaturgias e poemas. A maior parte de sua obra está relacionada com os elementos nordestinos. 
Assim, Suassuna explora a fala regional e parte do folclore brasileiro. O escritor possui uma vasta obra das quais merecem destaque: 

  • Uma Mulher Vestida de Sol (1947) 
  • Cantam as Harpas de Sião ou O Desertor de Princesa (1948) 
  • Os Homens de Barro (1949) 
  • Auto de João da Cruz (1950) 
  • Torturas de um Coração (1951) 
  • O Castigo da Soberba (1953) 
  • O Rico Avarento (1954) 
  • Auto da Compadecida (1955) 




Lygia Fagundes Telles (1923) 


Lygia Fagundes Telles é uma escritora modernista brasileira. Ela faz parte da Academia Paulista de Letras (APL) e também da Academia Brasileira de Letras (ABL). 
Em 2005, Lygia recebeu o “Prêmio Camões” pelo conjunto de sua obra, considerado o mais importante da literatura de língua portuguesa. 
Em 1947, casou-se com um de seus professores da faculdade de Direito: o jurista Goffredo da Silva Telles Júnior. Com ele teve um filho: Goffredo da Silva Telles Neto. 
Em 1960, o casal se separa e, três anos depois, casou-se com o crítico de cinema Paulo Emílio Sales Gomes. 
Em 1973, publicou o romance "As meninas". Com essa obra Lygia recebeu os Prêmios: Jabuti, Coelho Neto da Academia Brasileira de Letras e “Ficção” da Associação Paulista de Críticos de Arte. 

Curiosidade 
Seu romance intitulado "As meninas" foi transformado em filme em 1995. A película foi dirigida pelo cineasta Emiliano Ribeiro. 

Algumas obras:

Lygia é uma ávida escritora e reúne um vasto conjunto de contos, crônicas e romances. Além disso, participou de várias antologias e coletâneas; e, ainda traduziu e adaptou diversos textos. 

Muitos livros da escritora foram publicados em outros países: Portugal, Espanha, França, Alemanha, Itália, Holanda, Suécia, Estados Unidos, dentre outros. 

Confira abaixo as obras mais relevantes de contos e romances da escritora: 

Contos 
  • Porão e sobrado (1938) 
  • Antes do Baile Verde (1970) 
  • Seminário dos Ratos (1977) 
  • Mistérios (1981) 
  • Invenção e Memória (2000) 

Romances 
  • Ciranda de Pedra (1954) 
  • Verão no Aquário (1964) 
  • As Meninas (1973) 
  • As horas nuas (1989)


Fontes
Disponível em: < https://www.infoescola.com/literatura/mario-de-andrade/>. Acesso em: 26 de agosto de 2018
Disponível em: < https://www.infoescola.com/literatura/oswald-de-andrade/ >. Acesso em: 26 de agosto de 2018
Disponível em: < https://www.infoescola.com/literatura/manuel-bandeira/>. Acesso em: 26 de agosto de 2018
Disponível em: < https://www.ebiografia.com/menotti_del_picchia/>. Acesso em: 28 de agosto de 2018

Disponível em: < https://www.infoescola.com/literatura/carlos-drummond-de-andrade/>. Acesso em: 28 de agosto de 2018

Disponível em: < https://www.infoescola.com/literatura/cecilia-meireles/>. Acesso em: 28 de agosto de 2018

Disponível em: https://www.infoescola.com/literatura/vinicius-de-moraes/>. Acesso em: 28 de agosto de 2018

Disponível em: < https://www.infoescola.com/literatura/guimaraes-rosa/Acesso em: 28 de agosto de 2018

Disponível em: < https://www.todamateria.com.br/joao-cabral-de-melo-neto/>Acesso em: 30 de agosto de 2018

Disponível em: < https://www.todamateria.com.br/ariano-suassuna/>Acesso em: 30 de agosto de 2018

Disponível em: <https://www.todamateria.com.br/lygia-fagundes-telles/>Acesso em: 30 de agosto de 2018.

 Disponível em: <https://www.ebiografia.com/jose_americo_de_almeida/ >Acesso em: 30 de agosto de 2018.

Disponível em:  https://www.todamateria.com.br/jorge-amado/ >Acesso em: 30 de agosto de 2018.

Disponível em: <https://www.todamateria.com.br/vida-e-obra-de-rachel-de-queiroz/>. Acesso em: 30 de agosto de 2018.


Disponível em:  <https://www.suapesquisa.com/pesquisa/linsdorego.htm >. Acesso em: 30 de agosto de 2018.



Fontes
https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/literatura/modernismo.htm




Comentários

Postagens mais visitadas