Preposição
A
preposição é uma palavra invariável que liga dois termos da oração,
subordinando um ao outro. A preposição estabelece ainda, uma certa relação de
dependência entre elas.
É
uma questão fácil de resolver
Moravam
em Maceió
Gostava
de chocolate
É
uma novela imprópria para crianças
É
possível percebermos que o termo introduzido por preposição pode estar se
referindo a um verbo ou a um nome. Observe os casos em que a preposição pode
estar ligando duas orações de um período, subordinando uma à outra:
Fiz
de tudo para te esquecer.
Foi
advertido por estar se comportando mal.
Preposições
essenciais
São
palavras que funcionam basicamente como preposição: a, ante, até, após, de,
desde, em, entre, com, contra, para, por, perante, sem, sobe e sob.
Preposições
acidentais
São
palavras de outras classes gramaticais que, perdendo sua significação original,
passam a exercer o papel de preposição: como, conforme, segundo, durante, fora,
exceto etc..
Locução
prepositiva
Chamamos
de locução prepositiva o conjunto de palavras com valor e emprego de
preposições: atrás de, através de, embaixo de, a fim de, de acordo com, por
causa de, longe de, perto de, ao redor de, junto a, ao lado de, apesar de, por
trás de, acerca de, cerca de, em favor de, de conformidade com etc.
Eram
agradáveis para com os amigos
A
proposta estava de acordo com o pedido
Combinações
e contrações
As
proposições podem se unir a palavras de outras classes gramaticais por
combinação ou contração. Se, na junção de elementos, não há alteração fonética,
ocorre combinação; caso contrário, ocorre contração.
Combinação
Exemplos:
a
+ o(s) = ao(s)
a
+ onde = aonde
Contração
Exemplos:
de
+ o(s) = do(s)
de
+ a(s) = da(s)
em
+ o(s) = no(s)
em
+ a(s) = na(s)
em
+ ele(s) = nele(s)
em
+ ela(s) = nela(s)
de
+ ali(s) = dali
de
+ ele(s) = dele(s)
de
+ ela(s) = dela(s)
a
+ a(s) = à(s)
a
+ aquele(s) = àquele(s)
a
+ aquela(s) = àquela(s)
a
+ aquilo = àquilo
Emprego
das preposições
As
preposições podem estabelecer variadas relações entre os termos que ligam.
Chegou
de carro (meio)
Voltou
de Pirapetinga (origem)
Saiu
com os colegas (companhia)
Vivia
sem dignidade (falta ou ausência)
Trabalhava
para sobreviver (finalidade)
Morava
em um local deserto (lugar)
Morreu
de desgosto (causa)
Usava
um vestido de algodão (matéria)
O
carro de Margarida é antigo (posse)
Conversamos
sobre cinema (assunto)
Na
linguagem formal, não se deve fazer a contração da preposição de com o artigo
que encabeça o sujeito de um verbo.
Está
na hora de a criança ir brincar (E não: Está na hora da criança ir brincar)
No
exemplo, a criança é o sujeito do verbo brincar, por isso não podemos contrair
a preposição de com o artigo a que encabeça o sujeito. Essa regra vale também
para pronomes pessoais:
Chegou
a hora de ele sair . ( E não: Chegou a hora dele sair)
Sendo
assim, ele é sujeito do verbo sair, por isso não se pode contrair a preposição
com o sujeito. O sujeito é sempre o termo regente. O termo que antecede a
preposição é denominado regente; o termo introduzido por uma preposição é
denominado regido. O sujeito é sempre termo regente, o que significa que não
pode vir introduzido por preposição.
Morfossintaxe
da preposição
A
preposição não desempenha função sintática dentro da oração. Ela apenas estabelece
conexão entre termos de uma oração; por isso é considerada conectivo ou palavra
relacional. Apesar de não exercer função sintática, o uso adequado das
preposições é de fundamental importância para a coesão textual.
Uso
da crase
A
crase é, na língua portuguesa, a contração de duas vogais iguais, sendo
representada com acento grave.
Quando
não usar crase?
Não ocorre crase:
Antes
de substantivos masculinos:
Gosto
de andar a pé.
Este
passeio será feito a cavalo.
Será
estipulado um tipo de pagamento a prazo.
Escreve
a lápis, assim podemos apagar o que for preciso.
Antes
de verbos:
Não
sei se ela chegou a falar sobre esse assunto.
Meu
filho está aprendendo a cantar essa música na escola.
O
arquiteto está começando a renovar essa casa.
Meu
irmão se dispôs a ajudar no que fosse necessário.
Antes
da maior parte dos pronomes:
Desejamos
a todos um bom fim de semana.
Você
já pediu ajuda a alguém?
Dei
todos os meus carrinhos a ele.
Refiro-me
a quem nunca esteve presente nas reuniões.
Nota:
Antes de alguns pronomes pode ocorrer crase.
Não
entregamos o trabalho à mesma professora.
Eu
pedi a fatura à própria gerente do estabelecimento.
Solicitei
à senhora que não fizesse mais reclamações.
Esta
é a reportagem à qual me referi.
Em
expressões com palavras repetidas, mesmo que essas palavras sejam femininas:
Estamos
estudando as expressões mais usadas pelos falantes no dia a dia.
Gota
a gota, minha paciência foi enchendo!
Preciso
conversar com você face a face.
Por
favor, permaneçam lado a lado.
Antes
de palavras femininas no plural antecedidas pela preposição a:
Este
artigo se refere a pessoas que estão desempregadas.
A
polêmica foi relativa a mulheres defensoras da emancipação feminina.
As
bolsas de estudo foram concedidas a alunas estrangeiras.
Nota:
Caso se especifique os substantivos femininos através da utilização do artigo
definido as, ocorre crase, dada a contração desse artigo com a preposição a: a
+ as = às.
Este
artigo se refere às pessoas que estão desempregadas.
A
polêmica foi relativa às mulheres defensoras da emancipação feminina.
As
bolsas de estudo foram concedidas às alunas estrangeiras.
Antes
de um numeral (exceto horas, conforme acima mencionado):
O
número de concorrentes chegou a quinhentos e vinte e sete.
O
hotel fica a dois quilômetros daqui.
O
motorista conduzia a 180 km/h.
Quando
usar crase?
Ocorre
crase:
Antes
de palavras femininas em construções frásicas com substantivos e adjetivos que
pedem a preposição a e com verbos cuja regência é feita com a preposição a,
indicando a quem algo se refere, como: agradecer a, pedir a, dedicar a,…
Aquele
aluno nunca está atento à aula.
Suas
atitudes são idênticas às de sua irmã.
Não
consigo ser indiferente à falta de respeito dessa menina!
É
importante obedecer às regras de funcionamento da escola.
As
testemunhas assistiram à cena impávidas e serenas.
Em
diversas expressões adverbiais, locuções prepositivas e locuções conjuntivas: à
noite, à direita, à toa, às vezes, à deriva, às avessas, à parte, à luz, à
vista, à moda de, à maneira de, à exceção de, à frente de, à custa de, à
semelhança de, à medida que, à proporção que,…
Ligo-te
hoje à noite.
Ele
está completamente à parte do grupo.
A
funcionária apenas conseguiu a promoção à custa de muito esforço.
Meu
filho mais velho está completamente à deriva: não estuda, não trabalha, não faz
nada.
Nota:
Pode ocorrer crase antes de um substantivo masculino desde que haja uma palavra
feminina que se encontre subentendida, como no caso das locuções à moda de e à
maneira de.
Decisões
à Pedro Neves. (à maneira de Pedro Neves)
Estilo
à Paulo Sousa. (à moda de Paulo Sousa)
Antes
da indicação exata e determinada de horas:
Meu
filho acorda todos os dias às seis da manhã.
Chegaremos
a Brasília às 22h.
A
missa começará à meia-noite.
Nota:
Com as preposições para, desde, após e entre, não ocorre crase.
Estou
esperando você desde as seis horas.
Marcaram
o almoço para as duas horas da tarde.
Em
diversas expressões de modo ou circunstância, atuando como fator de transmissão
de clareza na leitura:
Vou
lavar a mão na pia.
Vou
lavar à mão a roupa delicada.
Ele
pôs a venda nos olhos.
Ele
pôs à venda o carro.
Ela
trancou a chave na gaveta.
Ela
trancou à chave a porta.
Estudei
a distância.
Estudei
à distância.
Quando
a crase é facultativa?
O
uso acento grave indicativo de crase é facultativo:
Antes
de pronomes possessivos:
Na
festa de Natal, fizeram referência a minha falecida mãe.
Na
festa de Natal, fizeram referência à minha falecida mãe.
Antes
de nomes próprios femininos:
Enviei
cartas a Heloísa.
Enviei
cartas à Heloísa.
Nota:
Não ocorre crase em contexto formal e na nomeação de personalidades ilustres
porque nestes casos, segundo a norma culta, não se usa artigo definido.
Em
seu discurso sobre poesia, fez referência a Cecília Meireles.
A
cerimônia foi em homenagem a Clarice Lispector.
Antes
da preposição até antecedendo substantivos femininos:
Não
desistiremos, iremos até as últimas consequências.
Não
desistiremos, iremos até às últimas consequências.
Casos
específicos para o uso da crase
Em
algumas situações, o uso da crase fica sujeito a verificação:
Antes
de nomes de localidades: Apenas ocorre crase antes de nomes de localidades que
admitam a anteposição do artigo a quando regidos pela preposição a. Uma forma
fácil de verificar se há anteposição do artigo a é substituir a preposição a
pelas preposições de ou em.
Contração
da preposição a com artigo definido feminino a: a + a = à
Contração
da preposição de com artigo definido feminino a: de + a = da
Contração
da preposição em com artigo definido feminino a: em + a = na
Havendo
contração com as preposições de e em, ficando da e na, também haverá contração
com a preposição a, ficando à:
Vim
da Bahia.
Estou
na Bahia.
Vou
à Bahia no próximo mês.
Não
havendo contração com as preposições de e em, permanecendo de e em, também não
haverá contração com a preposição a, permanecendo a:
Vim
de Brasília.
Estou
em Brasília.
Vou
a Brasília no próximo mês.
Nota:
Se houver adjunto adnominal que determine a cidade, ocorre crase.
Cheguei
à Brasília dos políticos corruptos.
Regressei
à Curitiba de minha infância.
Antes
da palavra terra: Ocorre crase apenas com o sentido de Planeta Terra e de
localidade, se esta estiver determinada. Com o sentido de chão, estando
indeterminado, não ocorre crase.
Fui
à terra onde meu pai nasceu. (localidade identificada)
O
astronauta regressou à Terra trinta dias após sua partida. (Planeta Terra)
Os
marinheiros chegaram a terra de madrugada. (chão indeterminado)
Antes
da palavra casa: Ocorre crase apenas quando a palavra casa está determinada com
um adjunto adnominal. Sem a determinação de um adjunto adnominal não há crase.
Regresso
a casa sempre que posso. (Sem adjunto adnominal)
Regresso
à casa de meus pais sempre que posso. (Com adjunto adnominal)
O
que é a crase?
A
crase é a contração de duas vogais iguais, sendo a contração mais comum a da
preposição a com o artigo definido feminino a (a + a = à).
Dei
a indicação à senhora mas ela não a entendeu. (a + a = à)
Os
alunos pediram um favor à professora. (a + a = à)
Existem
outras contrações, embora menos utilizadas, como a contração da preposição a
com os pronomes demonstrativos a, aquele, aquela e aquilo:
a
+ aquele = àquele;
a
+ aquela = àquela;
a
+ aquilo = àquilo.
Fui
àquele serviço para resolver esse problema. (a + aquele = àquele)
Apenas
dou a encomenda àquela funcionária. (a + aquela = àquela)
Refiro-me
àquilo que aconteceu semana passada. (a + aquilo = àquilo)
Dica
para o uso da crase
Uma
forma fácil de verificar a existência ou não da crase em diversas situações é
substituir o substantivo feminino por um substantivo masculino e verificar se
haverá ou não a presença da preposição a contraindo com o artigo definido a.
Contração
da preposição a com artigo definido feminino a: a + a = à
Contração
da preposição a com artigo definido masculino o: a + o = ao
Dúvida
no uso da crase: “Vou à praia” ou “Vou a praia”?
Substituição
por um substantivo no masculino: Substituição de praia por parque.
Reconstrução
da dúvida com o substantivo masculino: “Vou ao parque” ou “Vou o parque”?
Generalização
da resposta correta: A forma correta é “Vou ao parque”, com a contração ao.
Assim, a forma correta também será “Vou à praia”, com a contração à.
Dúvida
no uso da crase: “Vale à pena” ou “Vale a pena”?
Substituição
por um substantivo no masculino: Substituição de pena por sacrifício.
Reconstrução
da dúvida com o substantivo masculino: “Vale ao sacrifício” ou “Vale o
sacrifício”?
Generalização
da resposta correta: A forma correta é “Vale o sacrifício”, sem a contração ao.
Assim, a forma correta também será “Vale a pena”, sem a contração à.
Atenção!
Mais
importante do que decorar regras de quando usar ou não usar crase, o correto
uso da crase depende de um bom conhecimento estrutural da língua e de uma
capacidade de análise do enunciado frásico, sendo importante compreender que
não acorre crase se houver apenas a preposição a, ou apenas o artigo definido a
ou apenas o pronome demonstrativo a. Para que haja crase, é preciso que haja
uma sequência de duas vogais iguais, que sofrem contração, formando crase.
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