Arte Humanista

Literatura

A produção literária desse período subdivide-se em:
  • Poesia Palaciana
Prosa (crônicas de Fernão Lopes. prosa doutrinária, novelas de cavalaria)
  • Teatro – Gil Vicente
A Poesia Palaciana, como próprio nome já diz, era poesia produzida no ambiente dos palácios, feita por nobres e destinada à corte. Ao contrário dos códices (manuscritos) trovadorescos, grande parte da produção poética desse período foi recolhida por Garcia Resende, no Cancioneiro Geral, formado por 880 composições, impresso em 1516. Entre suas principais características estão:
  • Separação entre música e texto – a poesia destina-se à leitura. Assim, a própria linguagem é responsável pelo ritmo e expressividade. O termo trovador aos poucos assume um caráter pejorativo e começa a surgir a figura do poeta;
  • Utilização dos redondilhos – versos compostos por cinco (redondilhos menores) ou sete sílabas poéticas (redondilhos maiores);
  • Temática variada – com composições religiosas, satíricas, didáticas, heroicas e líricas. O lirismo amoroso trovadoresco, a partir da influência de Petrarca (um dos precursores do Humanismo italiano), assume uma nova conotação, a mulher idealizada, inatingível, carnaliza-se e a sensualidade reprimida nas cantigas de amor passa a ser frequente.


Teatro

A manifestação teatral da Idade Média limitou-se à encenações de caráter litúrgico, presas aos ritos da religião católica. As encenações religiosas apresentadas no interior das igrejas dividiam-se em:
  • Mistério – representação da vida de Jesus Cristo;
  • Milagre – representação da vida de santos;
  • Moralidade – representações curtas com finalidade didática ou moralizante.

As encenações que ocorriam fora dos templos religiosos recebiam o nome de profanas e apresentavam um caráter mais popular e não estavam relacionadas aos cultos católicos. Dividiam-se em:
  • Arremede-lo ou arremedo – imitação cômica de acontecimentos ou pessoas;
  • Pantomima alegórica – espécie de palhaçada circense da atualidade, na qual atores mascarados imitavam as pessoas;
  • Farsa – encenação satírica com um humor primário, situações absurdas e ridículas;
  • Sotie – (sotie vem do francês sot e significa tolo) semelhante à farsa, mas com um parvo, tolo no papel principal;
  • Momo – encenação carnavalesca com uma temática variada. As pessoas utilizavam máscaras e imitavam pessoas e animais;
  • Entremeze – encenações breves apresentadas entre os atos de peças mais longas. Sua função era preencher os intervalos;
  • Sermão burlesco – monólogo recitado por um ator mascarado;
  • Écloga – auto pastoril. Atores vestidos de pastores pregavam os valores da vida no campo.

Pouco se sabe sobre os dados biográficos de Gil Vicente. Acredita-se que tenha tido muito prestígio na corte portuguesa, desempenhando a função de organizador das grandes festas palacianas. Para outros, entretanto, desempenhava a função de ourives, atraindo a atenção da rainha Leonor. Mas é unanime o seu reconhecimento como o fundador do teatro português e o maior representante do Humanismo.

Assim como o período, suas peças apresentavam o bifrontíssimo como característica central. Ora com fortes marcas medievais, ora com antecipações renascentistas.
A produção teatral de Gil Vicente divide-se em três fases:
  • Primeira Fase – marcada pelos traços medievais e pela influência espanhola de Juan del Encina. São desta fase: O Monólogo do Vaqueiro, o Auto Pastoril Castelhano, o Auto dos Reis Magos, entre outros.
  •  Segunda Fase – aparecem a sátira dos costumes e a forte crítica social. São desta fase: Quem tem farelos?, O Velho da Horta, o Auto da Índia e a Exortação da Guerra.
  •  Terceira Fase – aprofundamento da crítica social através da tragicomédia alegórica, da variedade temática e linguística, é o período da maturidade expressiva. São desta fase: A Trilogia das Barcas, a Farsa de Inês Pereira, o Auto da Lusitânia.



Arquitetura, Pintura e Escultura

A arquitetura traduziu a ordem natural, a harmonia das “divi­nas proporções” e o equilíbrio das massas.

       
"Hospital Tavera" Alonso de Covarrubias -- Toledo, Espanha


A escultura imor­talizou o corpo humano, na sua nudez.

 
"Busto de Lourenço de Médicis" Michelangelo


Mas foi a pintura, ocu­pando destacada posição, que recriou a natureza, pois, ao retratar o homem numa infinidade de situações e sentimentos, fixou os grandes momentos da humanidade. Toda a Renas­cença estruturou-se no idealismo estético.

 
"Adão” de Albrecht Dürer, Museu do Prado -- Madri





Algumas curiosidades sobre o Humanismo


  •        No humanismo, um importante movimento cultural da Renascença, dava-se maior importância à razão humana do que à revelação divina. Erasmo foi o grande teórico humanista. Textos gregos e romanos clássicos eram as principais fontes do movimento, mas na educação humanista também se incluíam humanidades como a gramática, a retórica, a poesia e a ética. O pensamento humanista foi elevado ao mundo da diplomacia por Maquiavel e à arquitetura por Alberti.


  •    Uma das características dessa transição é a mudança do pensamento teocêntrico e religioso para o humanista, marcado pelo antropocentrismo e racionalismo

  •       Como o próprio nome indica, o humanismo coloca os humanos como seres principais no universo. É uma contraposição ao sobrenatural ou ao divino.

  •      O movimento começou na Itália, no século XIV, sob a liderança de Francesco Petrarca, poeta italiano considerado o pai do Humanismo. Entre seus principais representantes está Dante Alighieri, em uma tendência que chegou a toda a Europa.

  •         Também denominado de Segunda Época Medieval, o Humanismo se inicia com a nomeação de Fernão Lopes a cronista-mor da Torre do Tombo, em 1418.

  •      O Humanismo português compreende a produção de Fernão Lopes (1380-1460), a Poesia Palaciana e a produção teatral de Gil Vicente (1465-1536).

  •        Nascido em Lisboa, Fernão Lopes é considerado o pai da historiografia em Portugal. A obra dele é cheia de críticas à sociedade portuguesa.

  •       Considerado o primeiro grande dramaturgo de Portugal, Gil Vicente foi outro escritor importante no período de transição entre a Idade Média e o Renascimento.
  •      Gil Vicente foi o principal representante da literatura portuguesa da era antes de Camões. Ele incorporou elementos populares e retratou a sociedade portuguesa no século 16.



Fontes:www.guiadoestudante.abril.com.br/enem/10-coisas-que-voce-precisa-saber-sobre-o-humanismo/ Acesso em: 17 de jun. 2017.

(Curiosidades) Postado por Marcos Eduardo.



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