Concordância nominal
A
concordância nominal se baseia na relação entre um substantivo (ou pronome, ou
numeral substantivo) e as palavras que a ele se ligam para caracterizá-lo
(artigos, adjetivos, pronomes adjetivos, numerais adjetivos e particípios). Basicamente,
ocupa-se da relação entre nomes.
Lembre-se: normalmente, o substantivo funciona
como núcleo de um termo da oração, e o adjetivo,
como adjunto adnominal.
A concordância do
adjetivo ocorre de acordo com as seguintes regras gerais:
1) O adjetivo concorda em gênero e número quando
se refere a um único substantivo. Por exemplo:
As mãos trêmulas denunciavam
o que sentia.
2)
Quando o adjetivo se refere a vários substantivos,
a concordância pode variar. Podemos sistematizar essa flexão nos seguintes casos:
a) Adjetivo anteposto aos substantivos:
- O adjetivo
concorda em gênero e número com o substantivo mais próximo.
Por exemplo:
Por exemplo:
Encontramos caídas as
roupas e os prendedores.
Encontramos caída a roupa e os prendedores.
Encontramos caída a roupa e os prendedores.
Encontramos caído o prendedor e a roupa.
- Caso os
substantivos sejam nomes próprios ou de parentesco, o adjetivo deve sempre
concordar no plural.
Por exemplo:
Por exemplo:
As adoráveis Fernanda e Cláudia vieram
me visitar.
Encontrei os divertidos primos e primas na
festa.
b) Adjetivo posposto aos substantivos:
- O adjetivo
concorda com o substantivo mais próximo ou com todos
eles (assumindo forma masculino plural se houver substantivo feminino e
masculino).
Exemplos:
Exemplos:
A indústria
oferece localização e atendimento perfeito.
A indústria oferece atendimento e localização perfeita.
A indústria oferece localização e atendimento perfeitos.
A indústria oferece localização e atendimento perfeitos.
A indústria oferece atendimento e localização perfeitos.
Obs.: os dois últimos exemplos apresentam maior
clareza, pois indicam que o adjetivo efetivamente se refere aos dois
substantivos. Nesses casos, o adjetivo foi flexionado no plural masculino, que
é o gênero predominante quando há substantivos de gêneros diferentes.
- Se os substantivos possuírem
o mesmo gênero, o adjetivo fica no singular ou plural.
Exemplos:
A beleza e a
inteligência feminina(s).
O carro e o iate novo(s).
3) Expressões formadas pelo verbo SER +
adjetivo:
a) O adjetivo fica no masculino singular, se o substantivo
não for acompanhado de nenhum modificador.
Exemplo:
Água é bom para
saúde.
b) O adjetivo concorda com o substantivo, se
este for modificado por um artigo ou qualquer outro determinativo.
Exemplo:
Esta água
é boa para saúde.
4) O adjetivo concorda em gênero e número com os
pronomes pessoais a que se refere. Por exemplo:
Juliana as viu
ontem muito felizes.
5) Nas expressões formadas por pronome indefinido
neutro (nada, algo, muito, tanto, etc.) + preposição DE + adjetivo, este último
geralmente é usado no masculino singular.
Exemplo:
Os jovens
tinham algo de misterioso.
6) A palavra "só", quando
equivale a "sozinho", tem função adjetiva e concorda normalmente com
o nome a que se refere. Por exemplo:
Cristina saiu só.
Cristina e Débora saíram sós.
Cristina e Débora saíram sós.
Obs.:
quando a palavra "só" equivale a "somente" ou
"apenas", tem função adverbial, ficando, portanto, invariável.
Exemplo:
Eles só desejam
ganhar presentes.
7) Quando um único substantivo é modificado por
dois ou mais adjetivos no singular, podem ser usadas as construções:
a) O substantivo permanece no singular e coloca-se o
artigo antes do último adjetivo.
Exemplo:
Admiro
a cultura espanhola e a portuguesa.
b) O substantivo vai para o plural e omite-se o artigo
antes do adjetivo.
Exemplo:
Admiro
as culturas espanhola e portuguesa.
Obs.:
veja esta construção: Estudo a cultura espanhola e portuguesa.
Note que ela provoca
incerteza: trata-se de duas culturas distintas ou de uma única, hispano-portuguesa?
Procure evitar construções desse tipo.
Chamamos de concordância nominal a adequação entre
o gênero e o número de um substantivo com as flexões correspondentes de seus
modificadores. Em regra geral, o adjetivo e as
palavras adjetivas devem concordar em gênero e número com o nome a que se
referem:
mulher bonita – homem bonito
mulheres bonitas – homens bonitos
1) Sujeito simples
Regra geral:
O verbo concorda com o núcleo do sujeito em número e pessoa.
Exemplo: Nós vamos ao cinema.
O verbo (vamos) está na primeira pessoa do plural para concordar com o sujeito (nós).
Casos especiais:
a) O sujeito é um coletivo - o verbo fica no singular.
Ex.: A multidão gritou pelo rádio.
Atenção:
Se o coletivo vier especificado, o verbo pode ficar no singular ou ir para o plural.
Exemplo: A multidão de fãs gritou./ A multidão de fãs gritaram.
b) Coletivos partitivos (metade, a maior parte, maioria, etc.) – o verbo fica no singular ou vai para o plural.
Exemplo: A maioria dos alunos foi à excursão./ A maioria dos alunos foram à excursão.
c) O sujeito é um pronome de tratamento - o verbo fica sempre na 3ª pessoa (do singular ou do plural).
Exemplo: Vossa Alteza pediu silêncio./ Vossas Altezas pediram silêncio.
d) O sujeito é o pronome relativo "que" – o verbo concorda com o antecedente do pronome.
Exemplo: Fui eu que derramei o café./ Fomos nós que derramamos o café.
e) O sujeito é o pronome relativo "quem" - o verbo pode ficar na 3ª pessoa do singular ou concordar com o antecedente do pronome.
Exemplo: Fui eu quem derramou o café./ Fui eu quem derramei o café.
f) O sujeito é formado pelas expressões: alguns de nós, poucos de vós, quais de..., quantos de..., etc. - o verbo poderá concordar com o pronome interrogativo ou indefinido ou com o pronome pessoal (nós ou vós).
Exemplo: Quais de vós me punirão?/ Quais de vós me punireis?
Dicas:
Com os pronomes interrogativos ou indefinidos no singular, o verbo concorda com eles em pessoa e número.
Exemplo: Qual de vós me punirá.
g) O sujeito é formado de nomes que só aparecem no plural - se o sujeito não vier precedido de artigo, o verbo ficará no singular. Caso venha antecipado de artigo, o verbo concordará com o artigo.
Exemplo: Estados Unidos é uma nação poderosa./ Os Estados Unidos são a maior potência mundial.
h) O sujeito é formado pelas expressões: mais de um, menos de dois, cerca de..., etc. – o verbo concorda com o numeral.
Exemplo: Mais de um aluno não compareceu à aula./ Mais de cinco alunos não compareceram à aula.
i) O sujeito é constituído pelas expressões: a maioria, a maior parte, grande parte, etc. - o verbo poderá ser usado no singular (concordância lógica) ou no plural (concordância atrativa).
Exemplo: A maioria dos candidatos desistiu./ A maioria dos candidatos desistiram.
j) O sujeito tiver por núcleo a palavra gente (sentido coletivo) - o verbo poderá ser usado no singular ou plural, se este vier afastado do substantivo.
Exemplo: A gente da cidade, temendo a violência da rua, permanece em casa./ A gente da cidade, temendo a violência da rua, permanecem em casa.
2) Sujeito composto
Regra geral
O verbo vai para o plural.
Exemplo: João e Maria foram passear no bosque.
Casos especiais:
a) Os núcleos do sujeito são constituídos de pessoas gramaticais diferentes - o verbo ficará no plural seguindo-se a ordem de prioridade: 1ª, 2ª e 3ª pessoa.
Exemplo: Eu (1ª pessoa) e ele (3ª pessoa) nos tornaremos (1ª pessoa plural) amigos.
O verbo ficou na 1ª pessoa porque esta tem prioridade sob a 3ª.
Exemplo: Tu (2ª pessoa) e ele (3ª pessoa) vos tornareis (2ª pessoa do plural) amigos.
O verbo ficou na 2ª pessoa porque esta tem prioridade sob a 3ª.
Atenção:
No caso acima, também é comum a concordância do verbo com a terceira pessoa.
Exemplo: Tu e ele se tornarão amigos. (3ª pessoa do plural)
Se o sujeito estiver posposto, permite-se também a concordância por atração com o núcleo mais próximo do verbo.
Exemplo: Irei eu e minhas amigas.
b) Os núcleos do sujeito estão coordenados assindeticamente ou ligados por “e” - o verbo concordará com os dois núcleos.
Exemplo: A jovem e a sua amiga seguiram a pé.
Atenção:
Se o sujeito estiver posposto, permite-se a concordância por atração com o núcleo mais próximo do verbo.
Exemplo: Seguiria a pé a jovem e a sua amiga.
c) Os núcleos do sujeito são sinônimos (ou quase) e estão no singular - o verbo poderá ficar no plural (concordância lógica) ou no singular (concordância atrativa).
Exemplo: A angústia e ansiedade não o ajudavam a se concentrar./ A angústia e ansiedade não o ajudava a se concentrar.
d) Quando há gradação entre os núcleos - o verbo pode concordar com todos os núcleos (lógica) ou apenas com o núcleo mais próximo.
Exemplo: Uma palavra, um gesto, um olhar bastavam./ Uma palavra, um gesto, um olhar bastava.
e) Quando os sujeitos forem resumidos por nada, tudo, ninguém... - o verbo concordará com o aposto resumidor.
Exemplo: Os pedidos, as súplicas, o desespero, nada o comoveu.
f) Quando o sujeito for constituído pelas expressões: um e outro, nem um nem outro... - o verbo poderá ficar no singular ou no plural.
Exemplo: Um e outro já veio./ Um e outro já vieram.
g) Quando os núcleos do sujeito estiverem ligados por ou - o verbo irá para o singular quando a ideia for de exclusão, e para o plural quando for de inclusão.
Exemplos:
Pedro ou Antônio ganhará o prêmio. (exclusão)
A poluição sonora ou a poluição do ar são nocivas ao homem. (adição, inclusão)
h) Quando os sujeitos estiverem ligados pelas séries correlativas (tanto... como/ assim... como/ não só... mas também, etc.) - o que comumente ocorre é o verbo ir para o plural, embora o singular seja aceitável se os núcleos estiverem no singular.
Outros casos:
1) Partícula “SE”:
a- Partícula apassivadora: o verbo ( transitivo direto) concordará com o sujeito passivo.
Exemplo: Vende-se carro./ Vendem-se carros.
b- Índice de indeterminação do sujeito: o verbo (transitivo indireto) ficará, obrigatoriamente, no singular.
Exemplos:
Precisa-se de secretárias.
Confia-se em pessoas honestas.
2) Verbos impessoais
São aqueles que não possuem sujeito. Portanto, ficarão sempre na 3ª pessoa do singular.
Exemplos:
Havia sérios problemas na cidade.
Fazia quinze anos que ele havia parado de estudar.
Deve haver sérios problemas na cidade.
Vai fazer quinze anos que ele parou de estudar.
Dicas:
Os verbos auxiliares (deve, vai) acompanham os verbos principais.
O verbo existir não é impessoal. Veja:
Existem sérios problemas na cidade.
Devem existir sérios problemas na cidade.
3) Verbos dar, bater e soar
Quando usados na indicação de horas, possuem sujeito (relógio, hora, horas, badaladas...), e com ele devem concordar.
Exemplos:
O relógio deu duas horas.
Deram duas horas no relógio da estação.
Deu uma hora no relógio da estação.
O sino da igreja bateu cinco badaladas.
Bateram cinco badaladas no sino da igreja.
Soaram dez badaladas no relógio da escola.
4) Sujeito oracional
Quando o sujeito é uma oração subordinada, o verbo da oração principal fica na 3ª pessoa do singular.
Exemplo: Ainda falta dar os últimos retoques na pintura.
5) Concordância com o infinitivo
a) Infinitivo pessoal e sujeito expresso na oração:
- não se flexiona o infinitivo se o sujeito for representado por pronome pessoal oblíquo átono.
Exemplo: Esperei-as chegar.
- é facultativa a flexão do infinitivo se o sujeito não for representado por pronome átono e se o verbo da oração determinada pelo infinitivo for causativo (mandar, deixar, fazer) ou sensitivo (ver, ouvir, sentir e sinônimos).
Exemplos:
Mandei sair os alunos.
Mandei saírem os alunos.
- flexiona-se obrigatoriamente o infinitivo se o sujeito for diferente de pronome átono e determinante de verbo não causativo nem sensitivo.
Exemplo: Esperei saírem todos.
b) Infinitivo pessoal e sujeito oculto
- não se flexiona o infinitivo precedido de preposição com valor de gerúndio.
Ex.: Passamos horas a comentar o filme. (comentando)
- é facultativa a flexão do infinitivo quando seu sujeito for idêntico ao da oração principal.
Ex.: Antes de (tu) responder, (tu) lerás o texto./Antes de (tu) responderes, (tu) lerás o texto.
- é facultativa a flexão do infinitivo que tem seu sujeito diferente do sujeito da oração principal e está indicado por algum termo do contexto.
Ex.: Ele nos deu o direito de contestar./Ele nos deu o direito de contestarmos.
- é obrigatória a flexão do infinitivo que tem seu sujeito diferente do sujeito da oração principal e não está indicado por nenhum termo no contexto.
Ex.: Não sei como saiu sem notarem o fato.
c) Quando o infinitivo pessoal está em uma locução verbal
- não se flexiona o infinitivo, sendo este o verbo principal da locução verbal, quando em virtude da ordem dos termos da oração, sua ligação com o verbo auxiliar for nítida.
Exemplo: Acabamos de fazer os exercícios.
- é facultativa a flexão do infinitivo, sendo este o verbo principal da locução verbal, quando o verbo auxiliar estiver afastado ou oculto.
Exemplos:
Não devemos, depois de tantas provas de honestidade, duvidar e reclamar dela.
Não devemos, depois de tantas provas de honestidade, duvidarmos e reclamarmos dela.
6) Concordância com o verbo ser:
a - Quando, em predicados nominais, o sujeito for representado por um dos pronomes: tudo, nada, isto, isso, aquilo - o verbo “ser” ou “parecer” concordarão com o predicativo.
Exemplos:
Tudo são flores.
Aquilo parecem ilusões.
Dicas:
Poderá ser feita a concordância com o sujeito quando se quer enfatizá-lo.
Exemplos: Aquilo é sonhos vãos.
b - O verbo ser concordará com o predicativo quando o sujeito for os pronomes interrogativos: que ou quem.
Exemplos:
São nove horas.
É uma hora.
Dicas:
Em indicações de datas, são aceitas as duas concordâncias, pois subentende- se a palavra dia.
Exemplos:
Hoje são 24 de outubro.
Hoje é (dia) 24 de outubro.
d - Quando o sujeito ou predicativo da oração for pronome pessoal, a concordância se dará com o pronome.
Exemplos: Aqui o presidente sou eu.
Dicas:
Se os dois termos (sujeito e predicativo) forem pronomes, a concordância será com o que aparece primeiro, considerando o sujeito da oração.
Exemplos: Eu não sou tu
e - Se o sujeito for pessoa, a concordância nunca se fará com o predicativo.
Exemplos: O menino era as esperanças da família.
f - Nas locuções: é pouco, é muito, é mais de, é menos de, junto a especificações de preço, peso, quantidade, distância e etc., o verbo fica sempre no singular.
Exemplos:
É necessário aqueles materiais.
São necessários aqueles materiais.
h - Na expressão: é que, usada como expletivo, se o sujeito da oração não aparecer entre o verbo “ser” e o “que”, ficará invariável. Se aparecer, o verbo concordará com o sujeito.
Exemplos:
Eles é que sempre chegam atrasados.
São eles que sempre chegam atrasados.
Contudo,
existem os casos especiais de concordância nominal,
ou seja, casos particulares aos quais devemos estar sempre atentos. São eles:
1. Se na oração houver mais de um substantivo e se
eles estiverem no singular e forem do mesmo gênero, o adjetivo, exercendo
função de adjunto adnominal, poderá ficar no singular ou irá para o plural:
Marcelo
agiu com paciência e coragem admirável.
Marcelo
agiu como paciência e coragem admiráveis.
2. Quando
os substantivos estiverem no singular e pertencerem a diferentes gêneros, o
adjetivo deverá concordar com o mais próximo ou ir para o masculino plural:
Ele
vestia casaco e calça vermelha.
Ele
vestia casaco e calça vermelhos.
3. Quando
os substantivos estiverem no plural e forem de gêneros diferentes, o adjetivo,
quando desempenhar o papel de adjunto adnominal, deverá concordar com o mais
próximo ou ir para o masculino plural:
Fomos
a um antiquário e vimos objetos e pinturas antigas.
Fomos
a um antiquário e vimos objetos e pinturas antigos.
4. Quando
os substantivos pertencerem a gênero e número diferentes, o adjetivo, exercendo
o papel de adjunto adnominal, deverá concordar com o mais próximo ou ir para o
masculino plural:
Interesso-me pelo cinema e pelas tradições francesas.
Interesso-me
pelo cinema e pelas tradições franceses.
Interesso-me
pelas tradições e pelo cinema francês.
5. Quando,
ao exercer a função de adjunto adnominal, o adjetivo estiver anteposto a dois
ou mais substantivos, ele deverá concordar com o mais próximo:
Víamos estranhos homens e
mulheres.
Víamos estranhas mulheres e
homens.
6. Quando
o adjetivo exercer a função de predicativo do sujeito, ele deverá concordar com
todos os elementos do sujeito:
A cozinha e os banheiros estavam sujos.
↓ ↓ ↓
sujeito verbo de ligação predicativo do sujeito
↓ ↓ ↓
sujeito verbo de ligação predicativo do sujeito
7. Quando
o adjetivo exercer a função de predicativo do objeto, ele deverá concordar em
gênero e número com o núcleo do objeto. Se houver dois ou mais núcleos de
gêneros diferentes, ele deve ir para o masculino plural:
Vimos as portas e o carro destruídos.
↓ ↓ ↓
VTD OD predicativo do objeto
↓ ↓ ↓
VTD OD predicativo do objeto
Vimos destruídos as portas e o carro.
↓ ↓ ↓
VTD predicativo do objeto OD
↓ ↓ ↓
VTD predicativo do objeto OD
8. As
expressões um e outro e nem um e nem outro deixam o substantivo no singular,
mas o adjetivo deve ir para o plural:
Abordamos um e outro caso inacreditáveis.
Não
encontramos nem um nem outro diretor reeleitos.
9. Quando
houver na oração numerais ordinais, o substantivo pode ficar tanto no singular
quanto no plural, contanto que todos os numerais estejam antecedidos de artigo:
Perdi a primeira e a segunda sessão.
Perdi a primeira e a segunda sessões.
10. Mesmo, próprio, quite, leso, incluso, anexo, obrigado, entre
outros, devem concordar normalmente com a palavra a que fazem referência:
Ele mesmo disse
isso.
Eles mesmos disseram
isso.
Ela mesma disse isso.
Elas mesmas disseram isso.
11. Palavras como bastante,
meio, caro, barato e só sofrem
variação quando têm valor de adjetivo:
Havia bastante gente no
supermercado.
Tenho bastantes discos de
vinil.
Tomei meia taça de vinho.
Tomei
várias meias taças de vinho.
Ela
sempre gostou de sapatos caros.
Ela
nunca gostou de roupas baratas.
Meus
primos sempre moraram sós.
12. Quando
estiverem antepostos a vários adjetivos, os substantivos admitem três
construções:
Estudo as culturas angolana e portuguesa.
Estudo a cultura angolana e a portuguesa.
Estudo a cultura angolana e brasileira.
13. O
adjetivo permanecerá invariável quando o sujeito não for determinado por artigo
ou por pronome demonstrativo:
Pizza
é gostoso.
Dieta
é bom para emagrecer.
É proibido entrada.
Caso o sujeito for determinado por artigo ou
pronome demonstrativo, a concordância deverá ser feita normalmente:
A
pizza daquele restaurante é gostosa.
A
dieta dos pontos é boa para
emagrecer.
É proibida a entrada de menores de dezoito anos.
14. As palavras pseudo, alerta, monstro e menos são invariáveis:
Aqueles
voluntários são pseudocaridosos.
Para
evitar assaltos, é preciso estar sempre alerta.
Houve
manifestações monstro em frente ao Congresso
Nacional.
Os
brasileiros ganharam menos medalhas
que os cubanos.
15. Quando houver um adjetivo composto, somente o
último elemento sofrerá flexão, tanto de gênero quanto de número:
Meus
avós são franco-brasileiros.
As
guerras greco-romanas marcaram a civilização ocidental.
Em
São Paulo, há várias comunidades nipo-brasileiras.
16. Palavras que indicam cor:
a)
Geralmente, deverão concordar em gênero e número com o substantivo a que se
referem quando desempenhar função de adjetivo:
Ficou
com os olhos vermelhos de tanto chorar.
Nuvens negras cobriam
a cidade.
Estas bananas ainda estão verdes.
b) Quando a palavra que indica cor derivar de um
substantivo, deverá permanecer invariável:
Comprei
duas blusas rosa.
Alice
gostava de vestidos violeta.
c) Quando for um nome composto e o segundo termo
for um substantivo, ficará invariável:
Ela
comprou cortinas amarelo-ouro para a
sala.
Carlos
está vestindo uma camisa verde-bandeira.
d) Quando os termos “claro” e “escuro” indicarem
tonalidade da cor, somente eles sofrerão flexão:
O
rapaz tem belos olhos azul-claros.
Quero aquelas saias verde-escuras que
vi na vitrine.
e)
Azul-marinho e azul-celeste são sempre invariáveis:
A
empresa comprou uniformes azul-marinho para
os funcionários.
Ele
gosta de camisas azul-celeste.
Concordância verbal
Ocorre quando o verbo se flexiona para concordar
com o seu sujeito.
Exemplos:
Ele gostava daquele seu jeito carinhoso de ser./ Eles gostavam daquele seu jeito carinhoso de ser.
Ele gostava daquele seu jeito carinhoso de ser./ Eles gostavam daquele seu jeito carinhoso de ser.
1) Sujeito simples
Regra geral:
O verbo concorda com o núcleo do sujeito em número e pessoa.
Exemplo: Nós vamos ao cinema.
O verbo (vamos) está na primeira pessoa do plural para concordar com o sujeito (nós).
Casos especiais:
a) O sujeito é um coletivo - o verbo fica no singular.
Ex.: A multidão gritou pelo rádio.
Atenção:
Se o coletivo vier especificado, o verbo pode ficar no singular ou ir para o plural.
Exemplo: A multidão de fãs gritou./ A multidão de fãs gritaram.
b) Coletivos partitivos (metade, a maior parte, maioria, etc.) – o verbo fica no singular ou vai para o plural.
Exemplo: A maioria dos alunos foi à excursão./ A maioria dos alunos foram à excursão.
c) O sujeito é um pronome de tratamento - o verbo fica sempre na 3ª pessoa (do singular ou do plural).
Exemplo: Vossa Alteza pediu silêncio./ Vossas Altezas pediram silêncio.
d) O sujeito é o pronome relativo "que" – o verbo concorda com o antecedente do pronome.
Exemplo: Fui eu que derramei o café./ Fomos nós que derramamos o café.
e) O sujeito é o pronome relativo "quem" - o verbo pode ficar na 3ª pessoa do singular ou concordar com o antecedente do pronome.
Exemplo: Fui eu quem derramou o café./ Fui eu quem derramei o café.
f) O sujeito é formado pelas expressões: alguns de nós, poucos de vós, quais de..., quantos de..., etc. - o verbo poderá concordar com o pronome interrogativo ou indefinido ou com o pronome pessoal (nós ou vós).
Exemplo: Quais de vós me punirão?/ Quais de vós me punireis?
Dicas:
Com os pronomes interrogativos ou indefinidos no singular, o verbo concorda com eles em pessoa e número.
Exemplo: Qual de vós me punirá.
g) O sujeito é formado de nomes que só aparecem no plural - se o sujeito não vier precedido de artigo, o verbo ficará no singular. Caso venha antecipado de artigo, o verbo concordará com o artigo.
Exemplo: Estados Unidos é uma nação poderosa./ Os Estados Unidos são a maior potência mundial.
h) O sujeito é formado pelas expressões: mais de um, menos de dois, cerca de..., etc. – o verbo concorda com o numeral.
Exemplo: Mais de um aluno não compareceu à aula./ Mais de cinco alunos não compareceram à aula.
i) O sujeito é constituído pelas expressões: a maioria, a maior parte, grande parte, etc. - o verbo poderá ser usado no singular (concordância lógica) ou no plural (concordância atrativa).
Exemplo: A maioria dos candidatos desistiu./ A maioria dos candidatos desistiram.
j) O sujeito tiver por núcleo a palavra gente (sentido coletivo) - o verbo poderá ser usado no singular ou plural, se este vier afastado do substantivo.
Exemplo: A gente da cidade, temendo a violência da rua, permanece em casa./ A gente da cidade, temendo a violência da rua, permanecem em casa.
2) Sujeito composto
Regra geral
O verbo vai para o plural.
Exemplo: João e Maria foram passear no bosque.
Casos especiais:
a) Os núcleos do sujeito são constituídos de pessoas gramaticais diferentes - o verbo ficará no plural seguindo-se a ordem de prioridade: 1ª, 2ª e 3ª pessoa.
Exemplo: Eu (1ª pessoa) e ele (3ª pessoa) nos tornaremos (1ª pessoa plural) amigos.
O verbo ficou na 1ª pessoa porque esta tem prioridade sob a 3ª.
Exemplo: Tu (2ª pessoa) e ele (3ª pessoa) vos tornareis (2ª pessoa do plural) amigos.
O verbo ficou na 2ª pessoa porque esta tem prioridade sob a 3ª.
Atenção:
No caso acima, também é comum a concordância do verbo com a terceira pessoa.
Exemplo: Tu e ele se tornarão amigos. (3ª pessoa do plural)
Se o sujeito estiver posposto, permite-se também a concordância por atração com o núcleo mais próximo do verbo.
Exemplo: Irei eu e minhas amigas.
b) Os núcleos do sujeito estão coordenados assindeticamente ou ligados por “e” - o verbo concordará com os dois núcleos.
Exemplo: A jovem e a sua amiga seguiram a pé.
Atenção:
Se o sujeito estiver posposto, permite-se a concordância por atração com o núcleo mais próximo do verbo.
Exemplo: Seguiria a pé a jovem e a sua amiga.
c) Os núcleos do sujeito são sinônimos (ou quase) e estão no singular - o verbo poderá ficar no plural (concordância lógica) ou no singular (concordância atrativa).
Exemplo: A angústia e ansiedade não o ajudavam a se concentrar./ A angústia e ansiedade não o ajudava a se concentrar.
d) Quando há gradação entre os núcleos - o verbo pode concordar com todos os núcleos (lógica) ou apenas com o núcleo mais próximo.
Exemplo: Uma palavra, um gesto, um olhar bastavam./ Uma palavra, um gesto, um olhar bastava.
e) Quando os sujeitos forem resumidos por nada, tudo, ninguém... - o verbo concordará com o aposto resumidor.
Exemplo: Os pedidos, as súplicas, o desespero, nada o comoveu.
f) Quando o sujeito for constituído pelas expressões: um e outro, nem um nem outro... - o verbo poderá ficar no singular ou no plural.
Exemplo: Um e outro já veio./ Um e outro já vieram.
g) Quando os núcleos do sujeito estiverem ligados por ou - o verbo irá para o singular quando a ideia for de exclusão, e para o plural quando for de inclusão.
Exemplos:
Pedro ou Antônio ganhará o prêmio. (exclusão)
A poluição sonora ou a poluição do ar são nocivas ao homem. (adição, inclusão)
h) Quando os sujeitos estiverem ligados pelas séries correlativas (tanto... como/ assim... como/ não só... mas também, etc.) - o que comumente ocorre é o verbo ir para o plural, embora o singular seja aceitável se os núcleos estiverem no singular.
Exemplos:
Tanto Erundina quanto Collor perderam as eleições municipais em São Paulo.
Tanto Erundina quanto Collor perdeu as eleições municipais em São Paulo.
Tanto Erundina quanto Collor perderam as eleições municipais em São Paulo.
Tanto Erundina quanto Collor perdeu as eleições municipais em São Paulo.
Outros casos:
1) Partícula “SE”:
a- Partícula apassivadora: o verbo ( transitivo direto) concordará com o sujeito passivo.
Exemplo: Vende-se carro./ Vendem-se carros.
b- Índice de indeterminação do sujeito: o verbo (transitivo indireto) ficará, obrigatoriamente, no singular.
Exemplos:
Precisa-se de secretárias.
Confia-se em pessoas honestas.
2) Verbos impessoais
São aqueles que não possuem sujeito. Portanto, ficarão sempre na 3ª pessoa do singular.
Exemplos:
Havia sérios problemas na cidade.
Fazia quinze anos que ele havia parado de estudar.
Deve haver sérios problemas na cidade.
Vai fazer quinze anos que ele parou de estudar.
Dicas:
Os verbos auxiliares (deve, vai) acompanham os verbos principais.
O verbo existir não é impessoal. Veja:
Existem sérios problemas na cidade.
Devem existir sérios problemas na cidade.
3) Verbos dar, bater e soar
Quando usados na indicação de horas, possuem sujeito (relógio, hora, horas, badaladas...), e com ele devem concordar.
Exemplos:
O relógio deu duas horas.
Deram duas horas no relógio da estação.
Deu uma hora no relógio da estação.
O sino da igreja bateu cinco badaladas.
Bateram cinco badaladas no sino da igreja.
Soaram dez badaladas no relógio da escola.
4) Sujeito oracional
Quando o sujeito é uma oração subordinada, o verbo da oração principal fica na 3ª pessoa do singular.
Exemplo: Ainda falta dar os últimos retoques na pintura.
5) Concordância com o infinitivo
a) Infinitivo pessoal e sujeito expresso na oração:
- não se flexiona o infinitivo se o sujeito for representado por pronome pessoal oblíquo átono.
Exemplo: Esperei-as chegar.
- é facultativa a flexão do infinitivo se o sujeito não for representado por pronome átono e se o verbo da oração determinada pelo infinitivo for causativo (mandar, deixar, fazer) ou sensitivo (ver, ouvir, sentir e sinônimos).
Exemplos:
Mandei sair os alunos.
Mandei saírem os alunos.
- flexiona-se obrigatoriamente o infinitivo se o sujeito for diferente de pronome átono e determinante de verbo não causativo nem sensitivo.
Exemplo: Esperei saírem todos.
b) Infinitivo pessoal e sujeito oculto
- não se flexiona o infinitivo precedido de preposição com valor de gerúndio.
Ex.: Passamos horas a comentar o filme. (comentando)
- é facultativa a flexão do infinitivo quando seu sujeito for idêntico ao da oração principal.
Ex.: Antes de (tu) responder, (tu) lerás o texto./Antes de (tu) responderes, (tu) lerás o texto.
- é facultativa a flexão do infinitivo que tem seu sujeito diferente do sujeito da oração principal e está indicado por algum termo do contexto.
Ex.: Ele nos deu o direito de contestar./Ele nos deu o direito de contestarmos.
- é obrigatória a flexão do infinitivo que tem seu sujeito diferente do sujeito da oração principal e não está indicado por nenhum termo no contexto.
Ex.: Não sei como saiu sem notarem o fato.
c) Quando o infinitivo pessoal está em uma locução verbal
- não se flexiona o infinitivo, sendo este o verbo principal da locução verbal, quando em virtude da ordem dos termos da oração, sua ligação com o verbo auxiliar for nítida.
Exemplo: Acabamos de fazer os exercícios.
- é facultativa a flexão do infinitivo, sendo este o verbo principal da locução verbal, quando o verbo auxiliar estiver afastado ou oculto.
Exemplos:
Não devemos, depois de tantas provas de honestidade, duvidar e reclamar dela.
Não devemos, depois de tantas provas de honestidade, duvidarmos e reclamarmos dela.
6) Concordância com o verbo ser:
a - Quando, em predicados nominais, o sujeito for representado por um dos pronomes: tudo, nada, isto, isso, aquilo - o verbo “ser” ou “parecer” concordarão com o predicativo.
Exemplos:
Tudo são flores.
Aquilo parecem ilusões.
Dicas:
Poderá ser feita a concordância com o sujeito quando se quer enfatizá-lo.
Exemplos: Aquilo é sonhos vãos.
b - O verbo ser concordará com o predicativo quando o sujeito for os pronomes interrogativos: que ou quem.
Exemplos:
Que são gametas?
Quem foram os escolhidos?
c - Em indicações de horas, datas, tempo, distância - a concordância será feita com a expressão numérica.
Que são gametas?
Quem foram os escolhidos?
c - Em indicações de horas, datas, tempo, distância - a concordância será feita com a expressão numérica.
Exemplos:
São nove horas.
É uma hora.
Dicas:
Em indicações de datas, são aceitas as duas concordâncias, pois subentende- se a palavra dia.
Exemplos:
Hoje são 24 de outubro.
Hoje é (dia) 24 de outubro.
d - Quando o sujeito ou predicativo da oração for pronome pessoal, a concordância se dará com o pronome.
Exemplos: Aqui o presidente sou eu.
Dicas:
Se os dois termos (sujeito e predicativo) forem pronomes, a concordância será com o que aparece primeiro, considerando o sujeito da oração.
Exemplos: Eu não sou tu
e - Se o sujeito for pessoa, a concordância nunca se fará com o predicativo.
Exemplos: O menino era as esperanças da família.
f - Nas locuções: é pouco, é muito, é mais de, é menos de, junto a especificações de preço, peso, quantidade, distância e etc., o verbo fica sempre no singular.
Exemplos:
Cento e cinquenta é pouco.
Cem metros é muito.
g - Nas expressões do tipo: ser preciso, ser necessário, ser bom, o verbo e o adjetivo pode ficar invariável (verbo na 3ª pessoa do singular e adjetivo no masculino singular) ou concordar com o sujeito posposto.
Cento e cinquenta é pouco.
Cem metros é muito.
g - Nas expressões do tipo: ser preciso, ser necessário, ser bom, o verbo e o adjetivo pode ficar invariável (verbo na 3ª pessoa do singular e adjetivo no masculino singular) ou concordar com o sujeito posposto.
Exemplos:
É necessário aqueles materiais.
São necessários aqueles materiais.
h - Na expressão: é que, usada como expletivo, se o sujeito da oração não aparecer entre o verbo “ser” e o “que”, ficará invariável. Se aparecer, o verbo concordará com o sujeito.
Exemplos:
Eles é que sempre chegam atrasados.
São eles que sempre chegam atrasados.
Referências:
Uol. Disponível em:
Todo estudo. Disponível em:
Só Português.
Disponível em:
Acesso em: 04 de out. de 2018
Postagem realizada pela aluna Gislaine
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