Pronome
Na frase:
Prendi teu
cachorro, mas não o maltratei.
A palavra o representa o nome cachorro e a
palavra teu o determina, isto é,
indica que o animal pertence à 2ª pessoa do discurso (a pessoa com quem se
fala).
As palavras o e teu, nessa frase, são pronomes.
1.
Pronomes
São
palavras que representam os nomes dos seres ou os determinam, indicando a
pessoa do discurso.
2. Classificação dos pronomes
Há seis espécies de pronomes:
·
Pessoais
·
Possesivos
·
Demonstrativos
·
Indefinidos
·
Relativos
·
Interrogativos
No
exemplo citado acima, a palavra o é pronome substantivo, porque substitui o
substantivo cachorro, ao passo que teu é pronome adjetivo, porque determina o
substantivo junto do qual se encontra.
3.
Pronomes
Pessoais
Observe
as palavras grifadas deste exemplo:
Mauro havia deitado tarde. Ele ainda dormia quando a mãe o chamou
As palavras ele e o substituem o
nome Mauro, que é a 3ª pessoa do
discurso, ou seja, a pessoa de quem se fala.
Ele e o, aqui, são pronomes pessoas.
Pronomes pessoais são palavras que
substituem os nomes e representam as pessoas do discurso.
As
pessoas do discurso (ou pessoas gramaticais) são três:
§ 1ª pessoa
A que fala: eu,
nós
§ 2ª pessoa
A com quem se fala: tu, vós
§ 3ª pessoa
A pessoa ou coisa de que se fala: ele, ela, eles, elas
Os pronomes pessoais subdividiam-se em retos e oblíquos.
§ Pronomes Retos
Funcionam, em regra, como sujeitos da oração
§ Pronomes oblíquos
Funcionam como objetivos ou complementos
Exemplos:
Sujeito Objeto Verbo
Eu Te Convido
Nós O Ajudamos
Ela Me Chamou
Eles Lhe Bateram
Quadro
dos pronomes pessoais
Pessoas do
discurso
|
Pronomes retos
|
Pronomes
oblíquos
|
Função subjetiva
|
Função objetiva
|
|
1ª singular
|
Eu
|
Me, mim, comigo
|
2ª singular
|
Tu
|
Te, ti, contigo
|
3ª singular
|
Ele, ela
|
Se, si, consigo, lhe o, a
|
1ª singular
|
Nós
|
Nos, conosco
|
2ª singular
|
Vós
|
Vos, convosco
|
3ª singular
|
Eles, elas
|
Se, si, consigo, lhes, os, as
|
Quanto à acentuação, os pronomes oblíquos dividem-se
em:
§ Tônico
Mim,
ti, si, comigo, etc.
§ Átonos
Me,
te, se, lhe, lhes, o, a, os, as, nos e vos.
Associados a verbos
terminados em –r, -s ou –z, os pronomes o, a, os, as assumem as antigas formar lo, la, los, las, caindo aquelas consoantes.
Exemplos:
Mandaram
prendê-lo. Ajudemo-la. Fê-los entrar.
Associados
a verbos terminados em ditongo nasal (-am,
-em, -ão, -õe), os ditongos pronomes tomaram as formas no, na, nos, nas:
Trazem-no. Ajudavam-na. Dão-nos de graça.
Põe-no aqui.
§ Pronomes oblíquos reflexivos
São
os que se refletem ao sujeito da oração, sendo da mesma pessoa que este.
Exemplos:
Alexandre
só pensa em si
O
operário feriu-se ao subir no muro
Tu
não te enxergas?
Eu
me machuquei na escada
Nós
nos perfilamos corretamente
A
mãe trouxe as crianças consigo
1.
Pronomes
de tratamento
Entre os pronomes pessoais incluem-se os
chamados pronomes de tratamento, que
se usam no trato com as pessoas, trato esse que, de acordo com o indivíduo a
quem nos dirigimos, pode ser familiar, de respeito ou cerimonioso.
Eis
os principais pronomes de tratamento:
Você:
tratamento familiar
O Senhor, a Senhora: tratamento
de respeito
A Senhorita:
a moça solteira
Vossa Senhoria:
para pessoas de cerimônia, funcionários graduados
Vossa Excelência:
para altas autoridades
Vossa Reverendíssima:
para sacerdotes
Vossa Eminência:
Para cardeais
Vossa Santidade:
para o Papa
Vossa Majestade:
para reis e rainhas
Vossa Majestade Imperial:
para imperadores
Vossa Alteza:
para príncipes, princesas e duques
Esses pronomes são da 2ª pessoa, mas se
usam com as formas verbais da 3ª pessoa:
“Vossa
Majestade pode partir tranquilo para
a sua expedição.”
Referindo-se a 3ª pessoa, apresentam-se
com o possessivo sua: Sua Senhoria, Sua
Excelência, Sua Majestade etc.:
Sua Excelência
volta hoje para Brasília
2.
Pronomes
Possesivos
Os
pronomes possessivos referem-se às pessoas do discurso, atribuindo-lhes a posse
de alguma coisa.
Quando
digo, por exemplo, meu livro, a palavra meu informa que o livro pertence à 1ª
pessoa (eu)
Eis
as formas dos pronomes possessivos:
§ 1ª pessoa do singular
Meu, minha, meus, minhas
§
2ª
pessoa do singular
Teu, tua, teus, tuas
§
3ª
pessoa do singular
Seu, sua, seus, suas
§
1ª
pessoa do plural
Nosso, nossa, nossos,
nossas
§
2ª
pessoa do plural
Vosso, vossa, vossos,
vossas
§
3ª
pessoa do plural
Seu, sua, seus, suas
3.
Pronomes
Demonstrativos
Pronomes demonstrativos são os que indicam
o lugar, a posição, ou a identidade dos seres, relativamente às pessoas do
discurso.
Exemplos:
Compro este carro (aqui). [O
pronome este indica que o carro está
perto da pessoa que fala]
Compro esse carro (aí). [O
pronome esse indica que o carro está
perto da pessoa com quem falo, ou afastado da pessoa que fala]
Compro aquele carro (lá). [O
pronome aquele diz que o carro está
afastado da pessoa que fala e daquela com quem falo]
Aos pronomes este, esse, aquele correspondem isto, isso, aquilo, que são invariáveis e se
empregam exclusivamente como substitutos dos substantivos.
Exemplos:
Isto
é meu
Isso
que você está levando é seu?
Aquilo
que Dario está levando não é dele
São
os seguintes os pronomes demonstrativos:
§ Este(s),
esta(s), esse(s), essa(s), aquele(s), aquela(s), mesmo(s), mesma(s), próprio(s), própria(s), tal, tais,
semelhante(s).
§ Isto, isso, aquilo, o, a, os, as
Exemplos:
Estes
rapazes são os mesmos que vieram ontem
Os
próprios sábios podem enganar-se
Não
digas tal
Tais
crimes não podem ficar impunes
Não
faças semelhantes coisas
Ninguém
sabe o que ele resolveu
Ela
casou ontem. Não o sabias?
São
poucos os que sabem isto
Sabeis
ser gentis quando isso vos convém
Há
três casas: a do meio é a nossa
Observações:
ü
O,
a, os, as – que também podem ser artigos e pronomes pessoais –
são pronomes demonstrativos quando equivale a isto, aquilo, aquele, aquela, aqueles, aquelas: Leve o (=aquilo) que
lhe pertence. É esta a (=aquela) que você quer?
ü
Pode ocorrer a contração das preposições
a, de, em com pronomes demonstrativos: àquele, àquela, deste, desta, disso, nisso,
no etc.
Exemplo:
Não acreditei no que estava vendo.
4.
Pronomes
Relativos
Veja
este exemplo:
Armando comprou a casa que lhe convinha
A palavra que representa o nome casa
relaciona-se com o termo casa: é um pronome relativo.
Pronomes relativos são palavras
que representam nomes já referidos, com os quais estão relacionados. Daí
denominarem-se relativos.
A palavra que o pronome relativo
representa chama-se antecedente. No exemplo dado, o antecedente de que é casa.
Outros exemplos de pronomes relativos:
Sejamos
a Deus, a quem tudo devemos
O
lugar onde paramos era deserto
Traga
tudo quanto lhe pertence
Leve
tantos ingressos quantos quiser
Era
um monstro feroz, cujo bafo
empestava o lugar
Levarei
alguns livros na viagem, com os quais
pretendo encher o tempo
Eis
o quadro dos pronomes relativos:
VARIÁVEIS
|
INVARIÁVEIS
|
|||
Masculino
|
Feminino
|
|||
O qual
|
Os quais
|
A qual
|
As quais
|
Quem
|
Cujo
|
Cujos
|
Cuja
|
Cujas
|
Que
|
Quanto
|
Quantos
|
Quanta
|
Quantas
|
Onde
|
Observações:
ü
O pronome relativo quem só se aplica a pessoas tem antecedente, vem precedido de
preposição e equivale a o qual: O
médico de quem falo é meu
conterrâneo.
ü
Os pronomes cujo, cuja significam do
qual, da qual, e precedem um substantivo sem artigo: Qual será o animal cujo nome
a autora não quis mencionar? [cujo nome = o nome do qual]
ü
Quantos(s)
e quanta(s) são pronomes relativos quando precedidos
de um dos pronomes indefinidos tudo,
tanta(s), tanto(s), todos, todas: Tenho tudo quando quero. Leve tantos quantos precisar. Nenhum ovo, de todos quantos levei, se quebrou.
ü
Onde,
coo pronome relativo, tem sempre antecedente e equivale a em que: A casa onde (=em
que) moro foi de meu avô.
Os pronomes relativos nos permitem reunir
duas orações numa só frase.
Exemplos:
Das
árvores caíam folhas Os planetas são súditos O futebol é um esporte
O
vento levava essas folhas O rei deles é o Sol O povo gosta muito deste
esporte.
Das
árvores caíam folhas, Os planetas são súditos O futebol é um esporte
que
o vento levava cujo rei é o Sol De que o povo gosta
muito.
1. Pronomes Indefinidos
Estes
pronomes se referem à 3ª pessoa do discurso, designando-a de um vago,
impreciso.
§ Pronomes Indefinidos Substantivos
Funcionam como
substantivos
Algo
Alguém
Fulano
Sicrano
Beltrano
Nada
Ninguém
Outrem
Quem, tudo
Exemplos:
Algo
o incomoda?
Acreditam
em tudo o que fulano diz ou sicrano
escreve
Não
faças a outrem o que não queres que
te façam
Quem
avisa amigo é.
Ele
gosta de quem o elogia
A
enchente levou tudo, nada se salvou
Observação:
ü
Quem,
pronome indefinido, não tem antecedente.
§ Pronomes Indefinidos Adjetivos
Funcionam
como adjetivo
Cada,
certo, certos, certa, certas
Exemplos:
Cada
povo tem seus costumes
Certas
pessoas exercem várias profissões
Certo
dia apareceu em casa um repórter
§ Ora são Pronomes Adjetivos, ora Pronomes
Substantivos
Algum,
alguns, alguma(s), bastante(s), (=muito, muitos), demais, mais, menos, muito(s),
muita(s), nenhum, nenhuns, nenhuma(s), outro(s), outra(s), pouco(s), pouca(s),
qualquer, quaisquer, qual, que, quanto(s), quanta(s), tal, tais, tanto(s),
tanta(s), todo(s), toda(s), um, uns, uma(s), vários, várias.
Exemplos:
Alguns
contentam-se como pouco. [Pronome
indefinido substantivo]
Alguns
alunos têm pouco tempo
para estudar. [Pronome indefinido adjetivo]
Menos
palavras e mais ações
Não
leve no bolso muito dinheiro
Dois
tripulantes se salvam, os demais
pereceram
Quantos
há ali a quem a fome obriga a aceitar quaisquer
tarefas!
Não
sabíamos que fazer
Estava
invadida não sei por que estanhos
sentimentos
Que loucura
cometeste!
O
médico atendia a quantos o
procurassem
Diz
as coisas com tal jeito que todos o aprovam
Uns
partem, outros ficam
§ Locuções Pronominais Indefinidos
Cada
qual, cada um, qualquer um, quem quer (que), um ou outro, uma ou outra etc.
Exemplos:
Cada qual
fazia a sua comida
Apenas
uma ou outra pessoa entrava naquela
loja
2.
Pronomes
Interrogativos
Aparecem em frases interrogativas. Como os
indefinidos, referem-se de modo impreciso à 3ª pessoa do discurso.
Exemplos:
Que
há?
Que
dia é hoje?
Reagir
contra quê?
Por
que motivo não veio?
Quem
foi?
Qual
será?
Quantos
vêm?
Quantas
irmãs tens?
Emprego
do Pronome
·
Via de regra, os pronomes pessoais retos
empregam- se como sujeitos, e os oblíquos como objetos ou complementos.
Exemplo:
Ele
sempre me ajuda.
Sujeito Objeto direto
·
Contudo, as formar retas ele(s), ela(s), nós, vós, como vimos, também se usam como função objetiva,
mas regida sempre de preposição.
Exemplos:
Pagarei
a ele mesmo.
Atiraram
contra nós
Foi uma cena inédita; os
que a ela assistiram ficaram
impressionados.
·
As formas o, a, os, as empregam- se como objetos diretos:
Ninguém
o agrediu
Se
a vejo triste, consolo- a
As
crianças os seguiam
Os
homens as admiram
·
As formas átonas lhe, lhes, usam- se como objetos indiretos:
Cedo-
lhe a vez
Obedece-
lhes com alegria
Não
lhe pagou a dívida
Ensinei-
lhes o caminho
·
Os pronomes me, te, se, nos, vos são objetos diretos ou indiretos, conforme o
verbo transitivo direto ou indireto:
Objeto
direto
Ele
me estima
Todos
te esperam
A
criança feriu- se
Ele
nos convidou
Sigo-
vos
Objeto
indireto
Ele
me obedece
Cedo-
te o lugar
Dá-
se ares de importante
Perdoe-
nos
Pergunto-
vos
·
As formas tônicas mim, ti e si são sempre regidas de preposição:
Ela
sentou- se entre mim e Lúcio
Ele
estava entre Nair e mim
Podes
viver sem mim, não posso viver sem ti
Ele
venceu por si. Eles discutiam entre si, mas não brigavam
O estrondo chegou até mim
Eu
ou mim?
·
Observe- se o uso correto destes pronomes:
Ele
deu o livro para mim
Ele
dera o livro para eu guardar.
[E não: para mim guardar]
Não
é difícil, para mim, ir lá. [= Para mim
não é difícil ir lá]
Fizeram
tudo para eu ir lá
Não
vá sem mim. Não vá sem eu mandar
Note
bem:
emprega- se eu quando for sujeito de um verbo no infinitivo.
Eu-
após o pronome- verbo no infinitivo
Mim-
antes da vírgula, final de frase, indicação.
·
Os pronomes reflexivos si e consigo
devem referir- se ao sujeito da oração.
Exemplos:
O
egoísta só pensa em si. [si refere- se ao sujeito egoísta]
Marcos
levou a filha consigo. [consigo refere- se ao sujeito Marcos]
Eles
reservaram os melhores lugares para si
Você
deve é cuidar de si e deixar os
outros em paz
O
senhor guarde o recibo consigo
O
vento traz consigo a tempestade
Inácio
queria aquele importuno bem longe de si
Passam
os vândalos, deixando após si destruição e lágrimas
São
consideradas incorretas frases em que si e
consigo não se referem ao sujeito da
oração, como estas:
Eu
tenho um recado para si, Regina. [eu: 1ª pessoa; si: 2ª pessoa]
Mestre,
nós queremos falar consigo. [nós: 1ª pessoa; consigo:
2ª pessoa]
Segundo
o padrão culto, as construções corretas são:
Eu
tenho um recado para você, Regina.
Mestre,
nós queremos falar com o Senhor.
·
Em vez de conosco, convosco, diz-
se com nós, com vós, sempre que esses pronomes vierem acompanhados de palavra
determinativa, como próprios, mesmos, outros, todos, etc.:
Com
nós outros isso não acontece. Falei com vós mesmos
O
Barco virou com nós três.
·
As sequencias pronominais se o, se a, se os, se as são errôneas.
Não se deve dizer, portanto:
Teu
livro é bom, mas não se o encontra em
parte alguma
Os
erros não se os cometem imprudente
Roupa
fica mais limpa quando se a lava com
sabão
As
vezes são livres, não se as deve
prender.
As
construções corretas são:
Teu
livro é bom, mas não se encontra (ou não é encontrado) em parte alguma.
Os
livros não se cometem impunemente
Roupa
fica mais limpa quando se lava (ou quando lavado) com sabão
As
aves são livres, não se deve prendê-las.
·
Os pronomes oblíquos substituem muito
elegantemente os possessivos em frases como as seguintes:
O
barulho perturba- me as ideias. [O
barulho perturba as minhas ideias]
A
bala feriu- lhe o braço. [A bala
feriu o seu braço]
O
vento nos despenteava os cabelos. [O
vento despenteava os nossos cabelos]
Ana
chamou a criança e lavou- lhe os pés
“O
terror lhes contorce subitamente as
faces.”
O
pronome SE
O
pronome se aparece na frase como:
·
Pronome reflexivo, com a função sintática
de objeto direto de verbos reflexivos:
Se
você está doente, trate- se.
·
Pronome reflexivo, com a função de objeto
indireto de verbos reflexivos:
Ele
arroga-se o direito de intervir. [se
= a si]
Ela
impôs-se uma dieta severíssima
O
rapaz dá-se muita importância. [se =
a si]
Atribuem-se
qualidades que não têm
·
Pronome reflexivo, com a função de objeto
direto de verbos reflexivos recíprocos:
Os
dois amam-se como irmãos
“Os
dois homens cumprimentaram-se
friamente.”
·
Pronome reflexivo e objeto indireto de
verbos reflexivos recíprocos:
Deram-se
provas de profunda amizade
Avó
e neta queriam-se muito. [uma queria
muito à outra]
·
Pronome reflexivo, sujeito de um
infinitivo:
O
cego deixa-se levar pelo guia
·
Pronome apassivador. Forma a voz passiva
pronominal:
Ouviram-se gritos
de dor
Sabe-se
que as línguas evoluem
“Jabuticaba
chupa-se no pé”
·
Índice de indeterminação do sujeito:
Aqui
vive- se em paz. Trabalhou-se com prazer
Detesta-se
aos aduladores. Responde-se às cartas
Trata-se
e indivíduos aproveitadores
·
Palavra expletiva ou de realce. Neste caso
o pronome se transmite à ação verbal, ênfase, ou certa espontaneidade:
As
moças sorriram-se agradecidas. [As
moças sorriam, agradecidas]
“Vai-se a primeira pomba despertada...”
“O
auditório riu-se ao ouvir tantas
afirmações tolas”
Observação:
ü No caso em apreço, o pronome se, não tendo valor gramatical, mas
apenas estilístico, não exerce função sintática.
·
Parte integrante de verbos que exprimem
sentimentos, mudança de estado, movimento, etc., como queixar- se, arrepender-
se, alegrar- se, converter- se, afastar- se e outros verbos pronominais.
Observação:
ü
O se que se associa a esses verbos não tem
função sintática
Pronomes
Demonstrativos
·
De modo geral, os demonstrativos este(s), esta(s), isto se aplicam
às pessoas ou coisas que se acham perto da pessoa que fala ou lhe dizem
respeito; ao passo que esse(s), essas(s), isso aludem a coisas que ficam próximas da pessoa com quem se fala
ou a ela se referem.
Exemplos:
Leve
este livro para você
Esse
relógio é seu, Ricardo?
Esta
é a minha opinião
Não
sei onde andas com essa cabeça,
Antônio!
Isto
(que eu tenho) é o que há de melhor
Isso
(que dizes) não me parece certo.
·
Usa-se nisto
adverbialmente, como sinônimo de nesse
momento, nesse entretempo:
“Nisto deu o vento e uma folha caiu.”
·
Não raro os demonstrativos aparecem na
frase com finalidades expressiva, para salientar algum termo anterior:
O
chefe da rebelião, esse tratou de
fugir
Ter
sede e não poder beber, isto é que é
atroz!
“A
estrada do mar, larga e oscilante, essa,
sim, o tentava.”
·
O pronome demonstrativo neutro o pode
representar um termo ou o conteúdo de uma oração inteira.
Exemplos:
Ia dizer-lhe umas
palavras duras, mas não o fiz
“Era uma bela ponte, ele próprio o
reconhecia.”
Quiseram gratificar- me,
o que me deixou constrangido
“Se lagoa existiu, pouca coisa o indica.”
Diz-
se corretamente:
Não
sei (o) que fazer
Mas:
Tenho
muito que fazer. [e não: Tenho muito o que fazer.]
·
Em frases como a seguinte, este refere- se à pessoa mencionada em
último lugar, aquele à mencionada em
primeiro lugar:
Fábio
e seu amigo Vitor tinham temperamentos opostos: este era calmo, aquele, agitado
e nervoso. [este = Vitor; aquele = Fábio]
·
O pronome demonstrativo tal pode ter conotação irônica:
“A
senhora foi a tal que usou minha
cozinha?”
Pronomes Relativos
·
O antecedente do pronome relativo que pode ser um substantivo ou um
pronome.
Exemplos:
Há
coisas que aprendemos tarde
“Bendito
o que, na terra, o fogo fez, e o
teto.”
[O
pronome que refere- se ao pronome
demonstrativo o.]
·
Numa série de orações adjetivas
coordenadas, pode ocorrer a elipse do relativo que:
“A
sala estava cheia de gente que conversa, ria,
fumava.”
[que ria, que fumava]
·
O relativo quem é sempre regido de preposição e na língua moderna se refere
exclusivamente a pessoas ou coisas personificadas:
Procurei
o diretor, a quem expus meu caso
O
funcionário por quem fui atendido
mostrou- se gentil
·
Cujo
(e suas flexões) equivale a do qual:
O
cavalo é um animal cujo pelo é liso.
[=o pelo do qual é liso.]
As
abelhas, cuja operosidade é
proverbial, vivem em colmeias.
Observação:
ü
O substantivo determinado por este pronome
não virá precedido de artigo: cujo pelo
(e não: cujo o pelo).
·
O relativo o qual (e suas flexões), principalmente quando regido de
proposição, pode substituir o pronome que:
É
um passado extinto e de que (ou do qual) ninguém se lembra.
Eis
o magno problema por que (ou pelo qual) me bato
Por
amor da clareza, usa-se o qual em vez
de que, quando este vier distanciado
do seu antecedente, ensejando falsos sentidos:
Regressando
de Ouro Preto, visitei o sítio de minha tia, o qual me deixou encantado.
Observação:
ü
O pronome relativo o qual aparece, geralmente, em orações adjetivas explicativas:
·
As preposições ante, após, até, desde,
durante, entre, perante, mediante, segundo (vale dizer, preposições com duas ou mais sílabas), bem
como as monossílabas sem e sob e todas as locuções prepositivas,
constroem-se com o pronome o qual e
nunca com o pronome relativo que. As
preposições contra, para e sobre usam-se, de preferencia, com o pronome o qual.
Exemplos:
Perguntei
qual era o tema sobre o qual devia
falar
Iniciou-se
então o julgamento dos réus, durante o
qual houve um pequeno tumulo.
“E
havia a grande mangueira sob a qual
um grupo de crianças tranquilamente ouvia as historias que uma mulher contava.”
“Observava
a presença de pequeníssimos corpúsculos, sem
os quais a água perdia aquelas propriedades fosforescentes.”
“Havia
também um tanque, em torno do qual a
empregada se agitava.”
As
preposições monossílabas a, com, de, em e por, quando iniciam orações adjetivas
restritivas, empregam-se, de preferencia, com o pronome que:
A
moça [a que me refiro] não é desta
cidade
Não
encontrei os livros [de que passamos]
atravessava a mata
O
atalho [por que passamos] atravessava
a mata
·
Como já vimos, os pronomes relativos vêm
precedidos da preposição (ou locução prepositiva) quando o verbo da oração
adjetiva a reclamar.
Exemplos:
Ainda
me lembro dos passeios a que ele me
levava
São
muitas as pessoas de quem dependemos
Observações:
ü
Distinga-se por que (= pelo qual) de porque
(conjugação) e de por que (advérbio).
ü De
acordo com o Vocabulário Ortográfico, escreve-se o advérbio interrogativo por que em duas palavras: “Por que não vens?”, “Queria saber por que não vens.” Contudo, a grafia porque, numa só palavra, é mais acertada
e coerente e a que melhor se harmoniza como o nosso sistema ortográfico.
Colocação Pronominal
É
a posição do pronome oblíquo átono em relação ao verbo que ele acompanha.
Atualmente, a colocação pronominal no português
brasileiro é majoritariamente feita por meio da próclise, isto é, da colocação antes do verbo. É possível, entretanto,
em determinadas construções, em geral mais formais, encontrar outras formas de
colocação pronominal.
A gramática normativa classifica a
colocação pronominal em três tipos:
·
Próclise:
pronome colocado antes da forma verbal.
Exemplo:
“Sempre me predispõe”.
Os
casos de próclise acontecem normalmente em orações em que antes do verbo haja:
Palavra de sentido negativo (ninguém,
nunca, não, nada etc.).
Exemplo: Nunca
me convidam para aniversários.
§ Conjunção
subordinativa
Exemplo: “Quando eu te encarei
frente a frente não vi o meu rosto.” (Caetano Veloso)
§ Advérbio
Exemplo: Assim se resolvem
os conflitos.
Obs.: Caso ocorra pausa depois do
advérbio (marcada por vírgula), ocorrerá a ênclise:
Assim, resolvem-se os
problemas.
§ Pronome
indefinido
Exemplo: Tudo se acaba
no tempo.
§ Pronome
relativo
Exemplo: Não encontrei o caminho que
me indicaram.
A próclise é observada também nas
orações iniciadas por palavras interrogativas e exclamativas e nas orações
optativas (orações que exprimem um desejo).
Exemplos:
Quem
te disse
que ele não viria? (frase iniciada por palavra interrogativa).
Quanto
me custa
dizer a verdade! (frase iniciada por palavra exclamativa).
Deus te proteja.
(frase optativa).
·
Ênclise:
pronome colocado depois da forma verbal.
Exemplo:
“Lançou-me a ideia”
A ênclise acontece geralmente nos
seguintes casos:
§
Com o verbo iniciando a frase
Exemplo: Comenta-se que ela
deverá receber o prêmio de melhor atriz.
§
Com o verbo no imperativo afirmativo
Exemplo: Rapazes apresentem-se ao
diretor.
§
Com o verbo no gerúndio
Exemplo: Modificou a palavra, tornando-a ambígua.
Obs.: nos casos em que o gerúndio é
precedido pela preposição em, ocorrerá a próclise:
Exemplo: Em se tratando de
cinema, prefiro filmes europeus.
§
Com o verbo no infinitivo impessoal
Exemplo: Vim pessoalmente entregar-te os
formulários.
Obs.: se o verbo no infinito impessoal
vier precedido de palavra atrativa, é indiferente a ênclise ou a próclise:
Exemplo:
Desejo sinceramente perdoar-lhe.
Desejo sinceramente lhe perdoar.
·
Mesóclise:
pronome colocado no meio da forma verbal
Exemplo:
“Ir-me-ia emprestar”.
A mesóclise só
ocorre quando o verbo estiver no futuro do presente ou no futuro do pretérito
do indicativo.
Exemplos:
Convidar-me-ão para a solenidade de posse da nova diretoria.
Convidar-te-ia para
viajar comigo, se pudesse.
Nas situações em
que o verbo no futuro do presente ou no futuro do pretérito do indicativo venha
precedido por pronome pessoal reto, ou de alguma palavra que exija a próclise,
esta será de rigor:
Eles me convidarão para a solenidade de posse da nova
diretoria.
Não me convidarão para a solenidade de posse da nova
diretoria.
Sempre te convidaria para viajar comigo, se pudesse.
Eu te convidaria
para viajar comigo, se pudesse.
Colocação pronominal nas locuções
verbais e nos tempos compostos
Nas locuções
verbais em que o verbo principal está no infinitivo ou no gerúndio, o pronome
oblíquo átono pode ser colocado, indiferentemente, depois do verbo auxiliar ou
depois do verbo principal:
Quero-lhe apresentar os meus primos que vieram da
capital.
Quero apresentar-lhe os
meus primos que vieram da capital.
Ia-lhe dizendo as razões da minha desistência.
Ia dizendo-lhe as razões da minha
desistência.
Caso ocorra antes
da locução verbal palavra que exija a próclise, o pronome oblíquo poderá ser
colocado, indiferentemente, antes do verbo auxiliar, ou depois do verbo
principal:
Não lhe quero apresentar os meus primos que vieram da
capital.
Não quero apresentar-lhe os
meus primos que vieram da capital.
Alguém lhe ia dizendo as razões da minha desistência.
Alguém ia dizendo-lhe as razões da
minha desistência.
Nos tempos
compostos e nas locuções verbais em que o verbo principal está no particípio, a
colocação dos pronomes oblíquos átonos será feita sempre em relação ao verbo
auxiliar e nunca em relação ao particípio, podendo ocorrer a próclise, a
mesóclise ou a ênclise, conforme as orientações apresentadas anteriormente:
Havia-lhe contado os verdadeiros motivos da minha
desistência.
Nunca o tinha visto antes.
Tê-lo-ia procurado, se tivesse tempo.
Sentiu-se rejeitado pelos colegas.
Ficou tímido porque
se sentiu rejeitado pelos colegas.
Se não o convidarem, sentir-se-á rejeitado
pelos colegas.
Nas locuções
verbais e nos tempos compostos, quando se coloca o pronome oblíquo átono depois
do verbo auxiliar, pode-se usar o hífen ou não:
Vou-te devolver
o livro amanhã.
Postagem realizada pela aluna Gislaine
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