Contexto Histórico das Vanguardas na Europa
As vanguardas aconteceram em um momento conturbado para a história da humanidade, tal como a Primeira Guerra Mundial, ocasionada pela disputa de países que desejavam as terras da Ásia e da África e que buscavam novos mercados consumidores. Em linhas gerais, esse foi o momento em que o neocolonialismo, iniciado no século XIX e estendido até século XX, desenhou política e economicamente o mundo capitalista.
Figura 1Trincheiras da Primeira Guerra Mundial. Disponível em https://www.fatosdesconhecidos.com.br/7-fatos-que-voce-nao-sabia-sobre-1-guerra-mundial/
Essa disputa de novas terras aumentou a rivalidade entre países, que buscaram impedir o crescimento econômico e comercial dos países concorrentes, estimulando a competição entre as nações. Assim, os movimentos nacionalistas começaram a agregar povos de culturas semelhantes para a formação de Estados. Dentre esses movimentos, teremos o Pan-eslavismo, liderado pela Rússia, o Pangermanismo, liderado pela Alemanha, e o Revanchismo Francês, objetivando recuperar a região da Alsácia Lorena. Nesse clima de tensão, em 28 de junho de 1914, o assassinato do arquiduque Francisco Ferdinando e de sua esposa em Sarajevo foi o estopim que eclodiu na Primeira Guerra Mundial. Assim, os movimentos de vanguarda funcionaram como uma espécie de profecia dessa eclosão, haja vista representarem, traspassados em seus pressupostos, o clima conflituoso dos primeiros 14 anos do século XX.
Em 1917, teremos uma espécie de vanguarda social na Rússia, a facção bolchevique, que era liderada por Lênin e que viria a desencadear a Revolução Russa, fomento, portanto, da primeira nação soviética do mundo. Esse também será o fim de uma fase do ciclo burguês; ou seja, a classe representativa da Belle Époque francesa, que buscava luxo e poder material, estará em derrocada. Assim, é também nesse momento em que a crise dos valores burgueses acontecerá e, por conseguinte, um conflito existencial, desencadeado pelos fatídicos acontecimentos bélicos. A religião, a moral, a filosofia não explicará mais o mundo caótico instituído pela guerra, tampouco a euforia técnico-científica servirá para amenizar os conflitos existenciais.
Figura Vladimir Lenin discursa para camaradas da Revolução Russa. Disponível em http://www.jornalgrandebahia.com.br/2017/11/deflagrada-ha-100-anos-revolucao-russa-tambem-mudou-o-brasil
Nesse contexto, serão pensadas as vanguardas artísticas, objetivando uma nova visão de mundo, uma reinterpretação da realidade, para que se rompesse com tudo o que existia no passado; desse modo, destrói-se o passado como uma forma de negação dos acontecimentos. Nesse sentido, faz-se necessário observar a relevância da modernidade no que diz respeito à desconstrução da arte e, por conseguinte, do homem que (des)organiza a sociedade circundante. Consideramos, assim, que a modernidade aponta para o fato de que é relevante
Ser a um só e mesmo tempo ‘destrutivamente criativo’ (isto é, formar o mundo temporal da individualização e do vir-a-ser, um processo destruidor da unidade) e ‘criativamente destrutivo’ (isto é, devorar o universo ilusório da individualização um processo que envolve a reação da unidade). O único caminho para a afirmação do eu [é] agir, manifestar a vontade, no turbilhão da criação destrutiva e da destruição criativa, mesmo que o desfecho esteja fadado à tragédia. (HARVEY, 2003, p.26).
Essa organização implica no fomento de estruturas de conhecimento aparentemente eternas e imutáveis e, paradoxalmente, na incessante busca de recomposição, visto que o transitório, o fugidio e o contingente correspondem à face etérea da modernidade. O eterno e o etéreo conjugam-se a fim de organizar a unidade frente à diversidade em diferentes áreas do saber. Assim, nada estará na “profundeza” da discursividade literária, mas, sim, em sua irônica plurissignificação do dizer. A destruição criativa poderá ser observada, portanto, tal qual uma mudança caótica do sujeito e do mundo circundante.
Em Resumo
O advento da Primeira Guerra Mundial e seus acontecimentos históricos circundantes configuram as razões pelas quais as vanguardas artísticas europeias são entendidas como movimentos (des)construtivos, (des)fazendo a tradição na arte e na cultura. Mediante esses movimentos de vanguarda, teremos novas representações artísticas que findarão por reestabelecer conceitos artísticos. Assim, as vanguardas são importantes por permitirem uma libertação artística, uma desconstrução, ou seja, o rompimento com a tradição para o fomento de outra forma de manifestação artística criativa. Passaremos, agora, para uma observação das principais vanguardas artísticas europeias que influenciaram as artes no mundo ocidental, a saber: o fauvismo, o futurismo, o cubismo, o dadaísmo, o surrealismo, o expressionismo e o impressionismo.
Fontes:
http://www.universiaenem.com.br/sistema/faces/pagina/publica/conteudo/texto-html.xhtml?redirect=31502128222407374917389089946 Acesso em 17 de agosto de 2018.
http://www.jornalgrandebahia.com.br/2017/11/deflagrada-ha-100-anos-revolucao-russa-tambem-mudou-o-brasil/ Acesso em 23 de agosto de 2018.
https://www.fatosdesconhecidos.com.br/7-fatos-que-voce-nao-sabia-sobre-1-guerra-mundial/ Acesso em 23 de agosto de 2018.
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