Pós-modernismo
Também conhecido como pós-industrial, o movimento
pós-modernista vem acontecendo desde o fim do Modernismo e é uma expressão
usada para designar as mudanças que a ciência, as artes e a sociedade sofreram
dos anos ‘50 para cá. Caracterizado pela disseminação dos meios de comunicação
e da informática, além da influência do universo digital e do apelo consumista,
o pós-modernismo é um processo ainda em desenvolvimento que cultua a
individualização, a liberação dos medos e preconceitos, além da liberdade de
expressão, da tecnologia e da facilidade da comunicação.
Características
A grande
troca de bens imateriais – informação e serviços – além da imposição da
mentalidade relativista são as principais características do período que
vivemos atualmente, o pós-modernismo. Essa fase está diretamente ligada à
globalização, já que o consumismo, utilizando-se dos meios de comunicação e da
indústria da cultura, pretende inserir todas as culturas em um único mecanismo.
Com
muitas inovações políticas, técnicas, sociais, artísticas e literárias, o
pós-modernismo opõe-se ao Modernismo. Essa época atual mostra a capacidade de
consumo, além da capacidade de rir levianamente de tudo, encarando o mundo como
ausente de valores e do sentido para a vida.
Sua
essência se dá por meio das cópias e imagens de objetos reais, apagando a
diferença entre real e imaginário, ser e aparência. Como exemplo, para explicar
melhor, pode-se citar a televisão que, unida aos computadores, cria um espaço
hiper-real, espetacular que nos diverte diariamente. Com uma grande mistura de
tendências e estilos, o pós-modernismo é aberto e muda de aspecto em cada um
dos segmentos, podendo ser amplo e plural.
O
individualismo, nascido com o Modernismo, foi acrescentado de um exagero
narcisista que desfaz princípios, regras, valores, práticas e realidades,
promovendo a desreferencialização e a dessubstancialização das pessoas. O
hiper-real que caracteriza o pós-modernismo fascina, pois é o real, mas
intensificado no que se trata de cores, tamanho e propriedades, exagerando
expectativas e gerando imagens sedutoras, mas é um ambiente que não informa
sobre o mundo, mas o refaz. Isso pode causar um choque e perturbação nos homens
da atualidade, uma vez que torna, em determinado momento, difícil a
diferenciação entre a realidade e a ficção.
Programadas
para produzir mais, mais rapidamente e trazendo maior facilidade para as
pessoas, as sociedades atuais acabam poupando tempo. Há, ainda, no
pós-modernismo, a falta de crença na ciência e o pensamento de que tudo é
impreciso e relativo.
Contexto histórico e mudanças
Apesar de
ter nascido em 1945, o pós-modernismo teve nos anos 60 uma época de grandes
mudanças devido às descobertas tecnológicas, sociais, artísticas, científicas e
arquitetônicas. Os artigos passaram a ser produzidos em série e padronizados, e
a economia passou a ser controlada pela informação, constituindo o cenário
pós-moderno.
Principais Autores e obras do pós-modernismo
Adélia Prado (1935)
Nascida em 13 de
dezembro de 1935, a mineira de Divinópolis Adélia Luzia Prado de
Freitas, ou simplesmente Adélia Prado, como é
conhecida, é uma poetisa, professora, filósofa e contista brasileira ligada
ao Modernismo.
Entre suas principais obras estão:
“O Homem da Mão
Seca”, “O Coração Disparado”, “Terra de Santa Cruz”, “O Pelicano”, “A Faca no
Peito”, “Filandras” e “Bagagem”,
seu livro de estreia composto por uma coletânea de poesia muito elogiadas
por Carlos
Drummond de Andrade, que definia a produção da autora
como “Fenomenal”. Os textos literários de Adélia Prado versam sobre o
cotidiano, sobre a fé cristã, alegria e sobre a figura da mulher.
O nome de Adélia
Prado foi levada ao júri pela professora Ruth Silviano Brandão, uma das fundadoras
do programa de pós-graduação da Faculdade de Letras da UFMG. “Quando tomei
conhecimento dos nomes dos antigos ganhadores do prêmio, na lista só tinha
homens, aliás muito bem escolhidos. No entanto, temos tantas escritoras.
Deveríamos pensar na hipótese, sem forçar a escolha numa escritora. A obra de
Adélia é tão boa. Então, por que não?”
Ruth lembra que a
obra de Adélia tem peso poético, além de ter grande divulgação no Brasil e em
outros países. “Reli parte da obra e conclui que ela é uma grande poeta não
só pelos temas que trata, mas pelo manejo com a língua poética.” Para a
professora, obra de Adélia inaugura na literatura brasileira uma poesia que se
abriu para o feminino, o erotismo e o místico. Tudo com muito humor.
Em 1994, após anos de silêncio poético, sem
nenhuma palavra, nenhum verso, ressurge Adélia Prado com o livro O homem da mão
seca. Segundo a autora, o livro foi iniciado em 1987, mas, depois de concluir o
primeiro capítulo, foi acometida de uma crise de depressão, que a bloquearia literariamente
por longo tempo. Disse que vê "a aridez como uma experiência necessária"
e que "essa temporada no deserto" lhe fez bem. Em decorrência
da importância literária, a obra da Adélia se tornou tema de pesquisas e
trabalhos de mestrado e doutorado.
Dalton Jérson Trevisan (1925)
O nome completo do
escritor curitibano é Dalton Jérson Trevisan. Por ter sido sempre
contra a divulgação de seu nome na mídia, acabou criando um mistério em torno
de si e de suas obras. Tal como Rubem Fonseca, escritor mineiro, Trevisan é
avesso à fotografias para a imprensa e dificilmente dá entrevistas. Seu apelido,
O Vampiro de Curitiba, refere-se a um livro que publicou no ano de 1965. Além
da recusa em aparecer na mídia, o escritor, dificilmente, recebe a visita de
estranhos.
Na época em que
estudava Direito, tinha folhetos simples como forma de divulgação para os seus
contos. No ano de 1945, lança o livro Sonata ao Luar, um ano depois, publica
Sete Anos de Pastor, os quais o curitibano renega até hoje. Portanto, a
primeira publicação que o autor considera teria sido Novelas Nada Exemplares,
de 1959, com que ganhou o Prêmio Jabuti, dado pela Câmara Brasileira do Livro.
Na ocasião, Trevisan não compareceu à cerimônia, enviando um representante para
ser laureado. Outras obras premiadas do escritor são: A Polaquinha, Morte na
Praça, Noites de Amor em Granada e Cemitério de Elefantes.
Dalton Trevisan
foi o editor da revista Joaquim, publicada entre os anos de 1946 e 1948 em sua
querência. De acordo com o autor, o nome da publicação seria uma forma de
homenagear todos os Joaquins brasileiros. Famosa por reunir e ser porta-voz de
um grupo de críticos, poetas e escritores influentes, a revista contava com
nomes como Otto Maria Carpeaux, Mario de Andrade e Antonio Cândido em suas
páginas. Além disso, publicou poesias inéditas de Carlos
Drummond de Andrade como O Caso do Vestido. Outra característica
interessante da “Joaquim” eram as traduções de obras de autores estrangeiros
como Gide, Sartre, Kafka, Proust e Joyce. As ilustrações eram feitas por artistas
renomados como Heitor dos Prazeres, Di
Cavalcanti e Poty.
A literatura de
Trevisan passou do papel para as telas de cinema no ano de 1975. O diretor
Joaquim Pedro de Andrade utilizou o livro A Guerra Conjugal (1969) para fazer
uma película homônima.
No ano de 1996, Trevisan ganha o Prêmio Ministério da Cultura de Literatura,
recebido pelo conjunto de sua obra. Já em 2003, ganhou o 1º Prêmio Portugal
Telecom de Literatura Brasileira juntamente com Bernardo Carvalho. Na ocasião o
livro premiado de Trevisan foi Pico na Veia. O autor tem seus livros traduzidos
para idiomas do mundo todo.
Antonio Carlos Callado (1917-1997)
Antonio Carlos Callado
nasceu em Niterói, sendo filho de uma família de alta classe média. Seu pai,
que era médico, sofria de tuberculose pulmonar e mudou-se com a família para
Petrópolis, em busca de um clima mais saudável, mas veio a falecer em 1928,
fato que obrigou Callado a trabalhar desde cedo como jornalista. Mesmo assim, o
futuro romancista continuou seus estudos, formando-se em Direito alguns anos
depois. Sua carreira profissional, no entanto, deu-se na imprensa: passou de
repórter a redator-chefe do extinto Correio da Manhã. Em 1941 foi para Londres
e lá exerceu a função de correspondente de guerra da BBC, emissora na qual
permaneceu por vários anos. Em 1947, retornou ao Brasil e à redação do Correio
da Manhã. Viajou por muitos lugares, entre os quais o Nordeste, o Xingu, Cuba,
o Vietnã, sempre produzindo reportagens de grande repercussão. Contudo, seus
primeiros romances, publicados na década de 1950, não tiveram o mesmo êxito. O
sucesso literário veio apenas com Quarup, que se constituiu num acontecimento
político, quando de seu lançamento, em 1967. Apesar de seus hábitos quase
aristocráticos e tímidos, Antônio Callado tornou-se uma estrela da esquerda
intelectual brasileira, sendo várias preso durante a ditadura. Faleceu no Rio
de Janeiro, aos oitenta anos.
OBRAS PRINCIPAIS: Assunção de Salviano
(1954); A Madona de cedro (1957); Quarup (1967); Bar Don Juan (1971); Reflexos
do baile (1976); Sempreviva (1981); A expedição Montaigne (1982).
Dia Gomes (1922-1999)
Alfredo de Freitas Dias Gomes
nasceu em Salvador, no dia 19 de outubro de 1922, filho do engenheiro Plínio
Alves Dias Gomes e de Alice Ribeiro de Freitas Gomes. Escreve seu primeiro
conto, As Aventuras de Rompe-Rasga, aos 10 anos. Três anos depois, muda-se com
a família de Salvador para o Rio de Janeiro, então Distrito Federal.
Aos 15 anos, escreve sua primeira
peça, Comédia dos Moralistas, premiada no Concurso do Serviço Nacional de
Teatro em 1939, mas que termina não sendo encenada. Dois anos depois, a peça é
publicada por seu tio, pela Fênix Gráfica da Bahia.
Durante a Segunda
Guerra Mundial, mais especificamente em 1941, Dias Gomes escreve o
drama Amanhã Será Outro Dia, abordando as questões centrais
do nazismo,
como a Gestapo, a invasão
da França e o exílio dos
perseguidos políticos.
Em 1942, o Estado
Novo, regime ditatorial implantado por Getúlio
Vargas, censura a exibição de sua peça “Pé de Cabra” pelo
teor marxista da
trama, obrigando o autor a alternar sua atividade de dramaturgo com a de autor
de radionovelas, a convite de Oduvaldo Vianna, a qual deixou de exercer com a
instauração da ditadura
militar em 1964
Como autor de
telenovelas, atividade que o consagra definitivamente, estreia em 1969 com a
novela A Ponte dos Suspiros, da Rede Globo, valendo-se da influência da esposa
Janete Clair.
Na TV, tal como
nas outras atividades, Dias Gomes também sofre com a censura, que impede a
novela Roque Santeiro de ir ao ar no dia da estreia, em 1975, devido ao
conteúdo que abordava, entre outras, a questão da reforma agrária. A obra só
seria veiculada dez anos depois, sob a direção de Daniel Filho e com o trio
Lima Duarte, Regina Duarte e José Wilker nos papéis principais.
Apesar das
restrições, Dias Gomes atinge o sucesso com a maioria de suas novelas. Além das
já citadas, incluem-se Bandeira 2 (1971-1972), O Espigão (1974) e Saramandaia
(1976), e as séries Carga Pesada e Decadência.
Nos últimos anos
de vida, passa a se dedicar a textos mais curtos, alegando que “Uma novela é
o caminho mais curto para um enfarte”.
Em 1991, é eleito
para a cadeira de número 21 da Academia Brasileira de Letras. Oito anos depois,
em 18 de maio de 1999, falece em São Paulo, aos 76 anos, em decorrência de um
acidente automobilístico, deixando um legado tão extenso quanto precioso para o
campo das Letras no Brasil.
João Ubaldo Ribeiro (1941-2014)
João Ubaldo Ribeiro
(1941-2014) foi romancista, cronista, jornalista, tradutor e professor
brasileiro. Membro da Academia Brasileira de Letras ocupou a cadeira nº 34. Em
2008 recebeu o Prêmio Camões. Foi um grande disseminador da cultura brasileira,
sobretudo a baiana. Entre suas obras que fizeram grande sucesso encontram-se
"Sargento Getúlio", "Viva o Povo Brasileiro" e "O
Sorriso do Lagarto".
João Ubaldo Ribeiro (1941-2014) nasceu na ilha de
Itaparica, na Bahia, no dia 23 de janeiro de 1941, na casa de seus avós. Filho
dos advogados Manuel Ribeiro e de Maria Filipa Osório Pimentel. Foi criado até
os 11 anos em Sergipe, onde seu pai trabalhava como professor e político. Fez
seus primeiros estudos em Aracaju, no Instituto Ipiranga. Em 1951 ingressou no
Colégio Estadual Atheneu Sergipense. Em 1955 mudou-se para Salvador, e
ingressou no Colégio da Bahia. Estudou francês e latim.
João Ubaldo deixou uma obra mítica e cotidiana, na qual
discutia aspectos sociais e políticos, ligados às raízes do Nordeste. Entre
seus maiores sucessos estão: "O Sorriso do Lagarto" (1989) que aborda
temas como a ambição humana, o amor e as ameaças do mundo moderno, numa história
cheia de traições e mistérios. A obra foi adaptada para minissérie da TV Globo
nos anos 1990, Outros campeões de vendas foram: “A Casa dos
Budas Ditosos” (1999) e “O Albatroz Azul” (2009), onde conta a história de
Tertuliano, herdeiro de um proprietário de terras que teve filhos com duas
irmãs. Para não perder a herança, o patriarca precisa se casar com uma delas.
Em 1993, João Ubaldo Ribeiro foi eleito para a Academia
Brasileira de Letras, para a cadeira nº 34. Em 2008, recebeu em vida o Prêmio
Camões, maior honraria da literatura em língua portuguesa.
João Ubaldo Ribeiro faleceu no Rio de Janeiro, em
decorrência de embolia pulmonar, no dia 18 de julho de 2014.
Obras de João Ubaldo Ribeiro
Setembro Não Tem Sentido, romance, 1968Sargento Getúlio, romance, 1971
Vence Cavalo e o Outro Povo, conto, 1974
Vila Real, romance, 1979
Livro de Histórias, conto, 1981
Política: Quem Manda, Porque Manda, Como Manda, ensaio, 1981
A Vida a Paixão de Pondonar, o Cruel, literatura infantil, 1983
Viva o Povo Brasileiro, romance, 1984
Sempre aos Domingos, crônica, 1988
O Sorriso do Lagarto, romance, 1989
A Vingança de Charles Tiburane, infanto juvenil, 1990
Fontes:
Adélia
Luzia Prado de Freitas.
Disponível em:
< https://www.infoescola.com/biografias/adelia-prado/ >. Acesso em: 30 de setembro
de 2018
Dalton Jérson
Trevisan. Disponível em:
<https://www.google.com.br/search?q=DALTON+J%C3%A9rson+TREVISAN&oq=DALTON+J%C3%A9rson+TREVISAN&aqs=chrome..69i57j69i60j0l3.629j0j7&sourceid=chrome&ie=UTF-8
>. Acesso em: 30 de setembro
de 2018
Antonio Carlos Callado Disponível
em:
<
http://educaterra.terra.com.br/literatura/litcont/2005/01/14/000.htm
>. Acesso em: 30 de setembro
de 2018
Alfredo de Freitas Dias Gomes. Disponível
em:
<
https://www.infoescola.com/escritores/dias-gomes/ >. Acesso em: 30 de setembro de 2018
João Ubaldo Ribeiro. Disponível em:
<
https://www.ebiografia.com/joao_ubaldo_ribeiro/>. Acesso em: 30 de setembro de 2018
Pós-modernismo disponível em: < https://www.estudopratico.com.br/pos-modernismo/>. Acesso em: 5/out/2018
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